Nonato Guedes
O senador José Maranhão, presidente do diretório regional do MDB na Paraíba, continua fazendo progressos na recuperação da Covid-19, cujos efeitos o acometeram no dia 29 de novembro deste ano. O parlamentar já deixou a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, destinada ao tratamento exclusivo de pacientes com coronavírus, tendo sido transferido há seis dias para uma “UTI humanizada” por ainda apresentar sintomas de insuficiência respiratória em decorrência da epidemia. As informações a respeito do estado de saúde do senador e ex-governador são liberadas pela sua assessoria, com base em dados repassados por integrantes da equipe médica que o assiste.
O histórico de recuperação do senador tem sido acompanhado com interesse, expectativa e orações por parte de correligionários e amigos do dirigente emedebista no Estado, bem como pelos colegas de atuação política no Congresso Nacional. Ele foi internado inicialmente em um hospital de João Pessoa após o segundo turno das eleições para prefeito da Capital, quando participou ativamente apoiando a candidatura do radialista Nilvan Ferreira à sucessão de Luciano Cartaxo (PV). Nilvan disputou o segundo turno contra Cícero Lucena, do PP, que foi eleito com apoio do esquema do governador João Azevêdo (Cidadania).
Além de se envolver ativamente na campanha eleitoral em João Pessoa, o parlamentar prestigiou alguns eventos em localidades próximas, como o município de Araruna, seu berço político. A disputa na Capital, entretanto, exigiu maior empenho e atenção especial do senador José Maranhão, diante da perspectiva de vitória alimentada pela performance do candidato Nilvan Ferreira, que até então comandava um programa de entrevistas e debates na rádio Correio e na TV Correio, afiliada da Record na Paraíba. Natural de Cajazeiras, Ferreira ganhou espaço por sua visibilidade nos meios de comunicação e participação nos debates, em que procurou se mostrar “diferente” dos demais postulantes. Foi com essas credenciais que, surpreendendo a muitos, ele passou para o segundo turno.
Maranhão, em declarações a jornalistas, comemorou a ida de Nilvan para o segundo turno como um feito extraordinário, lembrando que o quadro de candidaturas à eleição na Capital estava bastante pulverizado, chegando a congregar pelo menos 14 postulantes, de diferentes partidos e tendências. O MDB, diante desse cenário, enfrentou dificuldades de aliança com outras legendas, o que forneceu ao candidato Nilvan Ferreira o mote de que o partido não estava fazendo conchavos nem tinha compromissos assumidos com grupos tradicionais. Nilvan foi bastante criticado pelos adversários, que o acusaram de despreparo para assumir os destinos de João Pessoa, uma vez que até então não havia disputado qualquer mandato eletivo. Ele tentou se identificar, também, com o governo do presidente Jair Bolsonaro, mas não avançou nessa estratégia porque outros candidatos fizeram o mesmo. Um deles, o deputado WallberVirgolino, do Patriota, chegou a exibir no Guia Eleitoral imagens suas ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
Recolhido desde o fim da campanha eleitoral, Nilvan Ferreira fez publicamente os agradecimentos de praxe pela votação extraordinária conquistada nas urnas em João Pessoa e chegou a afirmar que iria fazer oposição à administração Cícero Lucena, fiscalizando seus atos, denunciando eventuais omissões e apontando problemas críticos que devem merecer atenção do poder público. O ex-candidato do MDB ficou impossibilitado de retomar a discussão de assuntos políticos devido ao estado de saúde do senador José Maranhão, acometido de Covid-19, que teve que ser transferido para hospital de São Paulo. Analistas políticos consideram indefinido o futuro político do ex-candidato do MDB, embora alguns acreditem que ele deverá sair candidato a deputado (estadual ou federal) no pleito de 2022.