Nonato Guedes
O secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, em declarações à TV Cabo Branco, afiliada da Globo, reafirmou o alerta à população sobre a necessidade de colaborar efetivamente para evitar aglomerações nas celebrações de fim de ano, como forma de evitar uma nova onda de disseminação do coronavírus no Estado. Ressaltou que da parte do governo do Estado e de outras instituições envolvidas no enfrentamento à epidemia, foram tomadas medidas para reforçar os leitos em hospitais e unidades de saúde com vistas a atendimento exclusivo a vítimas de Covid-19, mas, ainda assim, enfatizou que a melhor indicação é a prevenção, com o uso de máscaras e cuidados com aglomerações. Apurou-se que diversos órgãos reguladores estão fiscalizando locais públicos e privados para combater possíveis ajuntamentos.
Municípios como João Pessoa e Campina Grande suspenderam a queima de fogos e as tradicionais festas de Réveillon neste ano, com o objetivo de evitar grande concentração de pessoas em pontos específicos. Uma outra medida para barrar a disseminação do vírus foi o decreto do governo do Estado que restringiu o horário de funcionamento de bares e restaurantes. O secretário Geraldo Medeiros informou, por outro lado, que o governo da Paraíba vem avançando nas negociações com autoridades do Ministério da Saúde e com laboratórios para aquisição de vacinas contra a Covid-19. A estimativa é a de que entre janeiro e começo de fevereiro os primeiros lotes estejam no Estado e o propósito do governo João Azevêdo é o de deflagrar uma imunização em massa em todos os 223 municípios do território. “Para isso, temos nos preparado constantemente”, tranquilizou Geraldo Medeiros.
Ontem, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, disse que os gestores estaduais estão preocupados com o fracasso do pregão do Ministério da Saúde realizado para comprar seringas e agulhas para a vacinação contra a Covid-19. Apenas 3% do pretendido foi conseguido. “Corremos o risco real de termos vacina e não termos agulhas e seringas suficientes. O Ministério deve, urgentemente, se reunir com representantes da indústria nacional para saber como proceder, sob pena de medidas drásticas serem tomadas como, por exemplo, a requisição administrativa ou a proibição de exportação dos estoques no Brasil”, disse o secretário de Saúde do Maranhão em entrevista ao jornal “O Globo”.
O Conasss pretende pedir ao governo federal a proibição da exportação de seringas e agulhas. No início do ano foi adotada uma medida similar com respiradores. Carlos Eduardo Lula ainda criticou a demora na vacinação. “É uma vergonha sermos referência mundial e estarmos tão atrasados em relação à vacinação contra a Covid-19”, completou. Governadores estaduais, em especial os da região Nordeste, têm pressionado o ministério pela aceleração do programa de vacinação. O Comitê Científico do Consórcio Nordeste, inclusive, defende a formação de um organismo nacional independente que estabeleça uma estratégia unificada de vacinação.