Nonato Guedes
Cumpriu-se o acordo que vinha sendo costurado em reuniões informais nos bastidores entre vereadores da nova legislatura na Câmara Municipal de João Pessoa e, desta forma, Valdir Dowsley, “Dinho”, do Avante, foi eleito, ontem, presidente da Casa para o biênio 2021/2022, tendo como vice a vereadora Eliza Virgínia, escolhida como vice-presidente. A votação foi nominal e ocorreu por unanimidade, levando o novo dirigente do Poder a afirmar que toma como um grande desafio a condução dos trabalhos da Casa de Napoleão Laureano. “O diálogo permanecerá nesta Casa”, acentuou o novo presidente, em tom de compromisso solene.
O processo de eleição de Mesas Diretoras na Câmara pessoense foi marcado por tumulto e protestos. Logo após a eleição da Mesa Diretora para o primeiro biênio, um grupo de vereadores, entre os quais Mikika Leitão e João Corujinha, deixou o plenário. Não obstante, dada a existência de quórum, foi procedida à eleição antecipada da Mesa para dirigir a Casa no segundo biênio, entre 2023-2024, confirmando-se a escolha do vereador Bruno Farias (Cidadania) para presidente. Houve protestos e ameaças de contestação judicial ou de anulação do resultado. Em relação à escolha de “Dinho”, a chapa única que ele encabeçou e que foi registrada, ontem, logrou alcançar 27 votos a 0. Além de Eliza Virgínia (PP) na primeira vice-presidência, foram sacramentados os nomes de Thiago Lucena (PRTB) para a segunda vice, Damásio Franca Neto (PP) para primeiro secretário, Tarcísio Jardim (Patriota) para segundo secretário e Bispo José Luiz (Republicanos) como terceiro secretário.
O vereador Mikika Leitão (MDB) entrou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça da Paraíba para tentar impedir a “eleição casada” para o primeiro e segundo biênios da Mesa Diretora da Câmara Municipal de João Pessoa. Argumentou que a adoção do modelo objetiva prestigiar os vereadores já detentores de mandato eletivo e que gozam de maior proximidade e interlocução com seus pares, em detrimento dos vereadores novatos, “em inegável violação à democracia interna deste poder legislativo municipal”. A defesa de Mikika Leitão ponderou que o acordo com o que está expresso no processo judicial com eleição casada para os dois biênios fere o regimento interno da Câmara Municipal de João Pessoa. Os partidários de Bruno Farias consideraram, porém, que o processo seguiu trâmite correto.
Em Campina Grande, o vereador Marinaldo Cardoso foi escolhido para presidir a Câmara Municipal no biênio 2021/2022, tendo, ainda, como integrantes da Mesa, Eva Gouveia na primeira vice-presidência, Saulo Germano na segunda vice, Valéria Aragão na terceira vice, Saulo Noronha como primeiro secretário, Jô Oliveira como segundo e Waldeny Santana como terceiro. O prefeito eleito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), tomou posse no começo da tarde em uma solenidade sem a presença da imprensa e com restrição a convidados no teatro da Unifacisa. A programação começou mais cedo, com celebração de missa em ação de graças na Catedral de Campina Grande.