Nonato Guedes, com agências
Governadores de Estados brasileiros, como o piauiense Wellington Dias, participaram, ontem, de reunião por videoconferência com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, cobrando um cronograma de vacinação contra a covid-19 para todo o território nacional. Entretanto, até o momento, o ministério não informou uma data concreta para a deflagração do plano de imunização em massa, conforme lamentou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. Além de Casagrande e Wellington Dias participaram da reunião os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, Helder Barbalho, do Pará, Waldez Góes, do Amapá e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.
Por ocasião do encontro, o secretário voltou a enfatizar que o governo prevê o início da vacinação ainda em janeiro. O ministério vai comprar todas as vacinas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e adotará critérios igualitários para a distribuição de doses aos Estados. Wellington Dias salientou que Medeiros relatou claramente que tinha dificuldades de fixar datas, o que levou o governador piauiense a comentar que io Brasil, lamentavelmente, vive, hoje, um jogo de empurra. Medeiros relatou também esperar que o país conte com dois milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a empresa farmacêutica AstraZeneca no primeiro trimestre, ou seja, até março.
A prioridade na ordem de vacinação deverá ser dada a profissionais na linha de frente ao combate da pandemia em hospitais e a moradores de instituições de longa permanência para idosos. O Ministério da Saúde apresentou em 16 de dezembro o plano nacional de operacionalização da vacinação contra a covid-19 sem um calendário definido para a aplicação dos imunizantes, Até o momento não há vacina registrada e liberada pela Anvisa – nenhuma empresa pediu o registro definitivo ou a autorização para o uso emergencial de uma vacina para a agência. Wellington Dias, que é presidente do consórcio de Estados do Nordeste e coordenador da temática da vacina no fórum nacional de governadores, pretende promover uma nova reunião com autoridades responsáveis pela vacinação contra a covid-19 na próxima segunda-feira, 11.
Não é a primeira vez que governadores cobram o Ministério da Saúde por um cronograma de vacinação. Em dezembro, após a apresentação de um modelo preliminar do Programa Nacional de Imunização contra a covid-19, os chefes de executivo reuniram-se com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, pedindo que o governo adquirisse “múltiplas vacinas”, além de iniciar um plano de vacinação em massa. Durante a reunião por videoconferência o governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, protagonizou momentos de tensão com Pazuello ao cobrar uma posição sobre a compra da Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Em resposta, Pazuello afirmou que não descarta a compra mas que o negócio só será fechado após o registro do produto pela Anvisa e se houver demanda.