Nonato Guedes
Internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde o dia três de dezembro, em tratamento de insuficiência respiratória devido à covid-19, o senador paraibano José Maranhão (MDB) segue com estado de saúde estável, de acordo com boletim da equipe médica que o assiste, mas não há previsão de alta. Tanto os familiares como os médicos que o atendem informam que Maranhão vem reagindo bem aos procedimentos e à medicação, mas querem prevenir complicações maiores, até por causa da idade. No Senado Federal foi apresentado um pedido de licença de Maranhão pelo prazo de 120 dias, o que possibilitará que a primeira suplente Nilda Gondim (MDB) seja investida na titularidade.
Com a ascensão de Nilda, mãe e filho (Veneziano Vital do Rêgo, ex-PSB) passam a dividir espaço nas sessões do Senado. Veneziano pediu desfiliação, recentemente, do Partido Socialista Brasileiro, pelo qual foi eleito ao Senado em 2018, alegando incompatibilidades dentro da legenda que tem como expoente na Paraíba o ex-governador Ricardo Coutinho, alvo de processos na Operação Calvário por alegado desvio de verbas da Educação e da Saúde. Políticos nacionais do MDB articulam junto a Veneziano o seu retorno à legenda, onde militou quando se denominava PMDB, tendo sido prefeito de Campina Grande duas vezes e deputado federal. Filha do ex-governador Pedro Gondim, Nilda foi deputada federal entre 2011 e 2015, atuou como presidente do Núcleo do MDB Mulher na Paraíba e foi presidente regional do partido em Campina. Um irmão de Veneziano, Vital do Rêgo Filho, também foi senador e é atualmente ministro do Tribunal de Contas da União.
O senador José Maranhão foi internado com sintomas de Covid no dia 29 de novembro, em João Pessoa, no hospital da Unimed, após ter votado na eleição para prefeito da Capital. Ele havia participado ativamente da campanha, sobretudo em João Pessoa, onde o candidato do MDB, o radialista Nilvan Ferreira, conseguiu avançar para o segundo turno, em meio a uma competição que reuniu 14 candidatos, disputando a rodada decisiva com Cícero Lucena (PP) e perdendo por uma diferença considerada estreita. Por medida de precaução e prevenindo agravamento das condições de saúde de Maranhão, a sua família decidiu transferi-lo para São Paulo, onde, desde então, permanece no Hospital Vila Nova Star.
Autoridades e lideranças políticas em Brasília e outros Estados têm sido contaminadas por Covid-19. Ainda ontem, em Brasília, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, teve alta médica, devendo retomar as atividades na próxima segunda-feira, 11. O general estava em isolamento no Palácio do Jaburu desde 27 de dezembro, quando foi diagnosticado com Covid. Na tarde de ontem, Mourão publicou uma mensagem no Twitter, se solidarizando com as vítimas da doença. Ele assim se expressou: “Meus sentimentos e solidariedade a todas as famílias enlutadas pela morte dos seus entes queridos pela Covid-19. São perdas irreparáveis que não encontram consolo na recuperação dos mais de 7 milhões de brasileiros”. No início da semana, a assessoria de imprensa de Mourão informou que ele passava bem e fazia exercícios respiratórios. O vice-presidente tem 67 anos e é considerado grupo de risco da Covid-19.