Nonato Guedes
Em meio a desencontros, pressões e intensa expectativa, ficou para a próxima semana a reunião entre governadores do Nordeste e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Os gestores estaduais cobram uma data para o início da vacinação contra o coronavírus, de modo que a operação ocorra simultaneamente em todas as unidades da Federação. Inicialmente o encontro fora anunciado para hoje, como admitiu, ainda ontem à noite, o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros. Informou-se no final do dia que representantes do Ministério da Saúde devem se reunir com os chefes de Executivo estaduais na próxima terça-feira, 19. A primeira fase da vacinação será voltada para os grupos de risco e poderá dar cobertura a 42 milhões de brasileiros.
O governador do Piauí, Wellington Dias, do PT, avaliou que a realização do encontro hoje seria infrutífero. “Sem a possibilidade de ter uma data definida para início da vacinação, e também em razão dessa grave crise em Manaus, onde o ministro e sua equipe estariam acompanhando tudo, optou o Ministério da Saúde por pedir o adiamento dessa agenda para a próxima terça, dia 19”, detalhou. Dias frisou ter dito claramente que, da parte dos governadores “também compreendíamos que não fazia sentido realizar uma agenda para remarcar outra. Era importante mesmo que pudéssemos adiar, dando condições de uma data em que possamos ter aquilo que é o mais esperado – data da vacinação. Dependemos dela para todo o cronograma do plano estratégico nacional de imunização”, completou.
Ontem, durante visita a Manaus, o ministro enfatizou que a vacinação “vai começar no dia D, na hora H, no Brasil”. Acrescentou que todos os Estados receberão simultaneamente as vacinas, no mesmo dia. “No primeiro dia em que a autorização for feita, a partir do terceiro ou quarto dia, estará nos Estados e municípios para iniciar a vacinação. A prioridade já está dada, é o Brasil todo. Vamos fazer como exemplo para o mundo. Os grupos prioritários já estão distribuídos”, salientou-se, referindo-se a indígenas, quilombolas e trabalhadores da Saúde Pública. Até o momento, 203.580 pessoas já perderam a vida por causa da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Nas últimas 24 horas foram registradas 480 mortes em decorrência da doença. Ainda há 2.633 falecimentos em investigação por equipes de saúde. Na lista de Estados com mais mortes, o topo é ocupado por São Paulo – 48.379, seguido por Rio de Janeiro – 26,771, Minas Gerais – 12.736, Ceará – 10.160 e Pernambuco – 9.851. As unidades federativas com menos óbitos são Roraima, Acre, Amapá, Tocantins e Rondônia.