O MDB anunciou, ontem, que irá concorrer à presidência do Senado Federal com Simone Tebet (MS). A decisão foi tomada em meio ao crescimento da candidatura de Rodrigo Pacheco, do DEM-MG, candidato de Davi Alcolumbre (DEM-AP), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro e do Partido dos Trabalhadores. Em nota divulgada na tarde de ontem, o MDB fala em “independência no comando do Legislativo” para defender o nome de Tebet, principal adversária de Pacheco. Até o momento, compõem a chapa o PSDB e o Podemos.
Um trecho da mensagem assinala: “A bancada do MDB, com o maior número de parlamentares no Senado Federal, reafirma a sua unidade em torno da candidatura da senadora Simone Tebet (MS) para a presidência da Casa, na eleição do próximo dia primeiro de fevereiro”. O partido fala ainda em “compromisso com a responsabilidade fiscal e social, com uma agenda de reformas estruturais urgentes, com a sustentabilidade ambiental, a redução das desigualdades sociais, a adoção de políticas capazes de frear o desemprego e alavancar a economia, além de um amplo programa nacional de imunização contra a Covid-19”.
Em entrevista ao site “Revista Forum”, o senador Humberto Costa, do PT-PE, afirmou que Rodrigo Pacheco tem o apoio de Bolsonaro, mas não tem compromisso com as “ideias estapafúrdias” do presidente da República. E acrescentou: “O PT se definiu no Senado pelo apoio à candidatura de Rodrigo Pacheco por entender que, nesse momento, a principal questão em jogo no nosso país é a preservação da liberdade, da democracia, o respeito à Constituição e a possibilidade de nós barrarmos quaisquer tentativas de Bolsonaro e seus apoiadores de conduzirem o Brasil para uma ditadura”. Na Câmara, o PT vai apoiar Baleia Rossi (MDB-SP). O presidente Jair Bolsonaro defende a candidatura de Arthur Lira, do PP-AL.
A senadora Simone Tebet defendeu a discussão de uma nova rodada do auxílio emergencial. Segundo ela, “essa é uma agenda de um país que começa a passar fome”. Há forte pressão no Congresso para retomada do benefício pago a trabalhadores informais e desempregados durante a pandemia de Covid-19. O tema, porém, preocupa a equipe econômica e agentes do mercado financeiro. “O auxílio emergencial, com responsabilidade, observando os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal, o limite do teto de gastos, ainda que com menor valor, tem que, sim, estar na agenda de qualquer candidato”, revelou Tebet em entrevista a jornalistas após ser oficializada pelo MDB como candidata à presidência da Casa.