Nonato Guedes, com agências
A aprovação, ontem, pela Anvisa, de vacinas contra a covid-19 no Brasil, motivou comemoração, nas redes sociais, de políticos como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. O presidente Jair Bolsonaro não tinha se manifestado até as últimas horas do domingo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou a CoronaVac, aposta do governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e a vacina da Oxford/AstraZeneca, com participação da Fiocruz. A CoronaVac, porém, é a única vacina disponível neste momento. Artistas e outras personalidades também se manifestaram positivamente em redes sociais.
“A data de hoje entra para a história”, escreveu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que também parabenizou o “empenho do governador João Doria”. Ele lembrou que o Brasil ainda responde por 10% das mortes pela covid no mundo, “o que é inaceitável”, e congratulou-se, também, com todos os profissionais de saúde envolvidos. “Venceu a ciência e finalmente teremos as primeiras vacinas disponíveis à população e milhares de vidas serão salvas. A Anvisa cumpriu seu papel de agência do Estado”. Já Davi Alcolumbre escreveu no Twitter: “Seja de onde for, venha de onde vier, a vacina é essencial para que possamos retomar as rédeas de nossas vidas. Vem, vacina!”. O ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, Henrique Madeta, tuitou: “Parabéns, São Paulo. Xô, trevas. Xô, negacionismo. Xô, charlatães. A vida tem pressa”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também celebrou a aprovação dos imunizantes. “Parabéns ao Butantan, à Fiocruz e principalmente aos que se dedicam à saúde. E não esquecer: o vírus continua a agir. Vacinem-se e continuem a evitar aglomerações. Se possível, continuem em casa. A epidemia passará, mas depende de cada um de nós ajudar”.
A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, parabenizou os que “lutaram por esse resultado”. E acrescentou: “Precisamos agora, além da aprovação emergencial de outras vacinas, de um plano e de uma campanha de vacinação nacional. E o Congresso funcionando para obrigar o governo a agir”. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, do PDT, que concorreu às eleições presidenciais em 2018, aproveitou a ocasião para criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Vitória da ciência, mesmo com todos os entraves do negacionismo assassino de Bolsonaro”. O presidente da República, que chegou a ironizar a taxa de eficácia da CoronaVac, de 50,38%, agora depende dela para iniciar a vacinação no país. O governo federal fez uma tentativa de trazer da Índia doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. Adesivou um avião especialmente para a ocasião, mas acabou recebendo um “não” do país, que acabou de iniciar sua própria campanha de vacinação contra a covid-19.
Filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro falou sobre a aprovação das vacinas no Twitter e destacou que a imunização não será obrigatória. “Grande dia! Agora que a Anvisa aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a covid-19, elas serão gratuitas e não obrigatórias a todos os brasileiros”. A atriz Leticia Spiller, em sua página em rede social, comentou: “Uma ação vale mais que mil palavras! Mônica Calazans foi a primeira pessoa no Brasil a ser vacinada. Enfermeira, 54 anos, mesmo sendo do grupo de risco, se inscreveu para trabalhar em maio, no auge da primeira onda, no Emília Ribas, epicentro do combate á pandemia. Viva a Mônica!”.