Nonato Guedes
O empresário e ex-senador Roberto Cavalcanti, proprietário do Sistema CORREIO de Comunicação, festejou hoje, em declarações feitas num programa da rádio 98 FM, o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Ele também admitiu ter tido Covid e fez um apelo à população para se imunizar, seguindo o cronograma das autoridades sanitárias, sem questionar ou discriminar a origem das vacinas que estão sendo adquiridas pelo governo federal em laboratórios nacionais ou do exterior. Em maio de 2020, o empresário causou polêmica ao sugerir que jornalistas e radialistas fossem “apedrejados” por divulgarem as mortes causadas pelo novo coronavírus.
Na época, ele considerou “alarmista” a cobertura que era feita pelos órgãos de comunicação. E exemplificou: “Tem determinadas emissoras que dão placar de quantos morreram no país. Parece que são gols da Seleção do Brasil”. O país havia chegado à marca de 10 mil vítimas fatais da Covid, com média aproximada de mil mortes diárias, e Cavalcanti comparou: “Batemos o recorde. Isso é um país que deveria ter vergonha na cara. O jornalista, o radialista que fizesse um negócio desses deveria ser apedrejado na rua”. Ele também se manifestou sobre os efeitos da crise econômica agravada pela pandemia do coronavírus e que, no seu caso, provocou o fechamento do jornal impresso “Correio da Paraíba”, o único da iniciativa privada em circulação no Estado. Opinou que estava fazendo um desabafo diante dos impactos da epidemia, entre os quais mencionou o “assassinato de empresas”.
Roberto Cavalcanti pediu desculpas por “eventual exaltação” no tom, dizendo ter “descarregado” um silêncio de 62 dias. “A minha forma de me conduzir no dia-a-dia é a da parcimônia, de agregar, de conquistar, mas tem momentos em que você assiste ao assassinato de pessoas, ao assassinato de empresas”. Escritor, que lançou o livro “Como penso”, integrante da Academia Paraibana de Letras, Roberto Cavalcanti é natural de Pernambuco mas firmou raízes na Paraíba, pela sua atuação no campo empresarial, que o fez derivar para o ramo da comunicação. Sob sua liderança o Sistema Correio, principalmente o jornal “Correio da Paraíba”, alcançou em definitivo a liderança no mercado, no segmento jornalístico, até sucumbir à crise do coronavírus. O Sindicato de Jornalistas Profissionais chegou a emitir uma dura nota criticando o comportamento do empresário. Roberto, hoje, se diz otimista com o futuro do Brasil e do mundo e com as perspectivas de superação da crise de Saúde ocasionada pela epidemia de coronavírus.