Nonato Guedes
Prevista inicialmente para amanhã, a vacinação contra a Covid-19 na Paraíba foi antecipada para hoje, segundo anunciou o governador João Azevêdo (Cidadania), ao acompanhar logo cedo, nesta terça-feira, na secretaria de Saúde, a distribuição dos lotes de imunizantes para os 223 municípios, que vão beneficiar, de imediato, mais de 54 mil paraibanos. Duas aeronaves estavam apostos no aeroporto Castro Pinto para entregar vacinas em Serra Talhada (PE), cidade mais próxima de Princesa Isabel (PB) e em Cajazeiras, no Alto Sertão paraibano. “Este é um momento extremamente importante porque, pela primeira vez, temos um instrumento de combate à Covid-19, depois de muita luta empreendida”, comentou o governador. Na divisão das doses por Estados, a Paraíba foi contemplada com 114.880 de um total de 1.436.160.
João Azevêdo estava acompanhado pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), secretários e autoridades. Ele ressaltou que as prefeituras municipais de todo o Estado poderão deflagrar a imunização tão logo recebam os lotes, se contarem com estrutura adequada e previamente montada. O chefe do Executivo garantiu que continuará se empenhando junto a autoridades federais para celeridade na ampliação da quota de doses para a Paraíba e conclamou a população, novamente, a se imunizar. O atraso na chegada das vacinas, ontem, aumentou a ansiedade e expectativa entre autoridades da Saúde Pública, que permaneceram de sobreaviso em contato com o Ministério da Saúde. Profissionais de Saúde, índios aldeados e pessoas de grupos de risco que estejam institucionalizadas têm preferência de vacinação, conforme consenso fixado entre especialistas na Saúde Pública.
A imunização com CoronaVac começou em 15 Estados, ontem. São Paulo deu início à campanha no domingo. O ministro Eduardo Pazuello informou que houve atraso na entrega porque a pasta teve que alterar voos com as doses para os Estados. Por causa do atraso, alguns Estados usaram lotes simbólicos para aplicar vacinas até mesmo à noite e em aeroportos. Pazuello disse que houve atraso, também, porque os governadores quiseram antecipar o início e foi necessário refazer a logística. “Imagine a mudança da logística para 26 Estados em um país continental como o Brasil”, exemplificou. Pazuello foi perguntado sobre as duas milhões de doses da vacina de Oxford que o Brasil pretende importar da Índia – o imunizante obteve aprovação da Anvisa, também, no domingo. O governo mobilizou um avião no fim de semana para buscá-las mas a Índia atrasou a entrega. Ontem, Pazuello não definiu um prazo e frisou que a diferença de fuso horário estava complicando as negociações.
A CoronaVac é uma vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, que é ligado ao governo do Estado de São Paulo. No dia nove de janeiro, o Ministério da Saúde afirmou que compraria seis milhões de doses da CoronaVac produzidas no Brasil. Dessas, 4.636.936 começaram a ser enviadas aos Estados brasileiros. As outras 1.357.640 começaram a ser distribuídas no Estado de São Paulo já no domingo. A distribuição das vacinas é feita com aviões da Força Aérea Brasileira e caminhões de entrega com áreas de carga refrigeradas. Depois que as vacinas são entregues aos Estados, os governos estaduais ficam responsáveis por levar as vacinas até os municípios, em parceria com o Ministério da Defesa.