O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estava em Cuba desde dezembro para a gravação de um documentário de Oliver Stone, chegou a ser diagnosticado com Covid-19 no país e teve que ser tratado na ilha caribenha. Ele voltou ao país ontem, após visitar o presidente Miguel Díaz-Canel e o ex-presidente Raúl Castro. Segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a infecção foi descoberta em razão do rígido protocolo de segurança sanitário adotado para viajantes que chegam a Cuba. Testes realizados antes e depois da chegada ao país não indicavam infecção. No entanto, um terceiro exame feito cinco dias depois mostrou que todos os nove integrantes da comitiva de Lula, exceto a jornalista Nicole Briones, estavam com Covid.
Testes apontaram que o vírus que os infectou veio importado do Brasil. Lula não teve sintomas iniciais mas enfrentou lesões pulmonares compatíveis com Covid-19 e teve que ser tratado com o medicamento cubano Jusvinza. O jornalista Fernando Morais também enfrentou dificuldades e teve que ir ao hospital. O restante do grupo usou apenas o interferon cubano, na versão injetável ou nasal, o Nasalferón. Em nota, o ex-presidente confirmou o tratamento. “Todos os nove membros da comitiva, exceto a jornalista Nicole Briones, tiveram diagnóstico positivo ao longo do monitoramento com RT-PCR. Todos permaneceram em isolamento sob vigilância sanitária, de acordo com diagnóstico, respeitando os protocolos do sistema de saúde cubano”, disse.
A mensagem ressalta ainda que o ex-presidente decidiu comunicar a doença apenas na chegada ao país para preservar sua família e dos demais infectados. O ex-ministro da Saúde, médico infectologista e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) acompanhou à distância o tratamento e a recuperação de Lula. “Eu e toda a minha equipe somos agradecidos à dedicação dos profissionais de saúde e do sistema de saúde pública cubano que estiveram conosco no cuidado diário. Agradeço ao governo de Cuba e a todos que estiveram conosco, de coração. Jamais esqueceremos a solidariedade cubana e o compromisso com a ciência dos seus profissionais”, declarou o ex-presidente, que, agora, vai aguardar sua vez para ser vacinado no Brasil.