Nonato Guedes
Na eleição, amanhã, para a presidência do Senado Federal, em Brasília, a Paraíba terá os votos de duas mulheres – Daniella Ribeiro (PP), titular do mandato, e Nilda Gondim (MDB), primeira suplente, que ascendeu recentemente à titularidade substituindo ao senador José Maranhão, internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após ter contraído Covid-19. Maranhão está hospitalizado desde o dia 29 de novembro, inicialmente no Hospital da Unimed em João Pessoa, depois em São Paulo. Naquele dia, o parlamentar votou no segundo turno das eleições para prefeito da Capital, apoiando o candidato do seu partido, Nilvan Ferreira, que perdeu para Cícero Lucena (PP). Além de Daniella e Nilda, compõe a bancada paraibana o senador Veneziano Vital do Rêgo, ex-PSB, atualmente MDB, que é filho da senadora em exercício Nilda Gondim.
A votação no Senado será presencial e segue a ordem de criação dos Estados brasileiros, começando com os representantes da Bahia e finalizando com os senadores que representam Roraima. O início dos trabalhos de votação no Senado está previsto para as 14h. Daniella Ribeiro antecipou compromisso de voto com a candidatura de Rodrigo Pacheco, do DEM-MG, que é apoiado pelo atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre, do DEM-AP. Nilda Gondim e Veneziano Vital do Rêgo anunciaram intenção de voto na senadora Simone Tebet, do MDB do Mato Grosso do Sul. A candidatura de Simone perdeu o apoio formal do MDB, segundo decidido pela cúpula nacional, mas, mesmo assim, ela resolveu fazer o registro de maneira avulsa ou independente. Nos meios políticos alardeia-se favoritismo de Rodrigo Pacheco, mas o cenário é imprevisível diante da ameaça de dissidências e traições nos partidos.
O cargo de presidente do Senado, em conjunto com o de presidente da Câmara, é vital para o Executivo, pela influência sobre assuntos referentes a CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) e também sobre eventuais processos de impeachment do presidente da República. Também são os senadores que promovem as sabatinas para aprovação ou não dos indicados aos cargos de presidente do Banco Central, de ministros do Supremo Tribunal Federal e de diretores de agências reguladoras, todos indicados pelo presidente da República. Os senadores destacam-se igualmente tanto no comando da agenda quanto das sessões do Congresso Nacional que avaliam e votam os vetos presidenciais. O cientista político Murillo de Aragão, doutor em sociologia pela UnB comenta: “Ter como aliados os presidentes da Câmara e do Senado é um conforto político de imenso valor para o presidente da República. Por outro lado, tê-los como adversários pode significar um pesadelo”.
A senadora Daniella Ribeiro explicou que a sua decisão de não votar em Simone Tebet para a presidência da Casa não tem nenhuma relação com discussões sobre políticas de gênero. Lembrou que havia assumido com antecedência compromisso de voto em Rodrigo Pacheco e vai cumprir com sua palavra. Daniella também destacou as qualidades do parlamentar por Minas Gerais para conduzir o Senado Federal e mencionou a sua experiência no Legislativo. Na eleição para a Câmara Federal, a bancada paraibana, que conta com 12 deputados, está dividida entre os candidatos Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP). Os dois estiveram no Estado cabalando votos e saíram confiantes quanto à obtenção da maioria dos apoios da Paraíba.