Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (Cidadania), ao apresentar mensagem do Poder Executivo à Assembleia Legislativa para o ano de 2021, na manhã de hoje, depois de falar das ações e projetos executados, bem como de metas para este ano, deixou um recado para aliados e adversários no sentido de que não precipitem discussões sobre as eleições estaduais de 2022, deixando para o próximo ano esse debate. O pronunciamento do governador foi durante a sessão preparatória para abertura dos trabalhos da Décima Nona Legislatura da ALPB e, na ocasião, o gestor destacou a parceria da Casa de Epitácio Pessoa no combate à pandemia do coronavírus que, conforme ele, foi prioridade máxima da administração.
Na avaliação do governador, a antecipação das discussões sobre o processo eleitoral do ano vindouro “é quase um crime de lesa-pátria”. Dirigindo-se a “oportunistas políticos” que, a seu ver, confundem as coisas e prejudicam o interesse público maior, o governador ressaltou: “Deixemos 2022 para o próximo ano. Não atropelemos o calendário nem alteremos a agenda de emergência sanitária e de desenvolvimento econômico e social. Antecipar discussões em torno das próximas eleições é nocivo, é supérfluo”. Na semana passada, em declarações à imprensa, o governador admitiu que pretende concorrer à reeleição em 2022 mas advertiu que de sua parte não iria abrir o debate por estar concentrado na solução de problemas mais urgentes do Estado, incluindo a recuperação econômica e social.
Na mensagem aos deputados, João Azevêdo anunciou investimentos da ordem de R$ 5,9 bilhões em saúde, segurança pública, educação, segurança hídrica, infraestrutura, desenvolvimento econômico e turismo. Comentou que a Paraíba aproveitou o ano de 2020 para avançar naquilo que precisava, “sem se deixar abater, sem estagnar, sem sucumbir às dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus”. Considerou que 2020 foi um ano repleto de sacrifício, aprendizado e dor, e que impôs a necessidade de um reordenamento social, econômico e sanitário. A parceria do Legislativo, de acordo com ele, se deu através de leis e outras iniciativas que contribuíram com o governo do Estado na redução dos danos sociais causados pela epidemia.
“Esta Casa sabe disso tanto quanto o Governo porque esteve no epicentro da zona de guerra, usando os mecanismos e prerrogativas acessíveis para combater o inimigo comum. Os deputados sempre estiveram ao lado do Governo do Estado, a todo instante, propondo, apontando, endossando e até mesmo, ocasionalmente, discordando”. Em respeito aos que tiveram suas vidas ceifadas ou atingidas pela pandemia, Azevêdo ponderou que não há motivo para comemorações. “Nada de balões coloridos para esvanecer a cinza das horas. Fizemos o que foi humanamente possível, dentro do cenário de crise e circunstâncias geopolíticas. Chegamos até aqui, vencedores, mas não devemos nos sentir vitoriosos. Ganhamos batalhas, mas ainda não saímos do “front”. O ano de 2020 não merece um verbete cintilante no grande dicionário da história, mas uma lápide polida contendo uma única frase: Choremos por ele, aprendamos por nós”, asseverou o governador.
João Azevêdo chamou a atenção também para o momento atual que toda a humanidade atravessa, referindo-se à pandemia. Argumentou que a sociedade clama por mudanças sociais e pelo bom uso dos recursos públicos, sendo preciso, desta forma, rever conceitos, reprogramar posturas e repensar modelos. “A sociedade, definitivamente, clama por efetivas e profundas mudanças nas relações institucionais, na aplicação dos recursos públicos, no aperfeiçoamento da própria democracia e seus diálogos frequentes. O novo normal anunciado terá que ser anexado, também, à classe política, aos governantes e à própria população, fiadora de relações mais pragmáticas e menos midiáticas”. Além de ações e investimentos nas áreas mencionadas, João Azevêdo revelou que a gestão direcionou aproximadamente R$ 342 milhões para o enfrentamento à covid-19 através de obras, serviços, ações emergenciais, recursos hospitalares e recursos humanos para atuar diretamente no combate à pandemia, ‘cuidando daqueles que recorreram ao sistema de saúde”.