Nonato Guedes
Ao fazer um alerta sobre os prejuízos educacionais causados a estudantes com a manutenção das escolas fechadas no país, no atual período, o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) questionou o Plano da Educação do Governo da Paraíba, que prevê o retorno às aulas presenciais de apenas 30% dos alunos. “Somos um dos poucos países do mundo com escolas fechadas há mais tempo. O Governo do Estado apresentou agora um Plano de Retomada que traz apenas 30% de alunos presenciais. Num país como o Brasil, pouco digitalizado, pouco conectado, onde o ensino remoto pouco funciona, fica difícil manter um nível educacional bom. É preciso rever esse retorno para a escola na Paraíba”, prosseguiu.
O parlamentar disse defender, inclusive, que professores sejam priorizados no plano de imunização. E justifica: “É o mínimo a ser feito por esse profissional tão desvalorizado no Brasil. A questão é: se a gente já voltou com os bares, e aqui não tenho nada contra isso, como a gente não volta efetivamente com as escolas? É algo difícil de entender”, provocou. Para o parlamentar, a escola é um ambiente não só de educação, mas de cuidado de um modo geral. Ele entende que existe o risco do contágio pelo coronavírus, mas defende que o retorno seja feito de forma segura e com mais estudantes retornando às salas de aula de forma presencial. Pontuou: “A escola tem importância social enorme não só para os estudantes, mas para a família como um todo. Agora, com o fim do auxílio emergencial, infelizmente, já tem gente passando fome. Eu lamento a postura do governador João Azevêdo de não perceber isso”.
Pedro citou que o Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef e o Instituto Claro apresentaram dados de uma pesquisa indicando que chegou a 5,5 milhões o número de crianças e adolescentes que estavam sem atividades escolares ou fora da escola em outubro do ano passado no Brasil. O estudo realizado pelo Unicef e Instituto Claro analisa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, e indica que 1,38 milhão de estudantes situados na faixa de 6 a 17 anos, ou seja, 3,8% do total, não participaram de aulas presenciais ou remotas em outubro de 2020. O percentual é quase duas vezes maior que a média de 2019: 2%. Os dados mostram que os meninos, negros, indígenas, estudantes com deficiência e moradores de áreas rurais ou do Norte e Nordeste do país são as principais vítimas do problema.