Nonato Guedes
Lamentando não poder prestar sua última homenagem ao jornalista Martinho Moreira Franco, que faleceu ontem em João Pessoa, vítima de complicações de câncer e após não resistir a uma cirurgia a que foi submetido, o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) comentou, em mensagem postada em rede social: “A intelectualidade paraibana perde um dos seus mais ilustres filhos. O jornalismo paraibano perde uma de suas melhores penas. Estamos todos menores e tristes”. Cássio, que se encontrava em Brasília, contou que todos os sábados ele e Martinho conversavam, através de WhatsApp. “Eram conversas leves e bem humoradas. Poemas, trocadilhos, frases de efeito, piadas…Martinho enchia meus sábados de arte e alegria. Brincava com as palavras como criança que ganha um brinquedo novo”, relatou o ex-governador.
Também o governador João Azevêdo (Cidadania) externou seu pesar pela morte de Martinho, que tinha 74 anos de idade e era natural de João Pessoa, tendo atuado em todos os veículos de imprensa do Estado, na Comunicação do Governo e como correspondente do jornal “O Globo” e da revista “Veja”. Martinho Moreira Franco iniciou trajetória como crítico de cinema em jornais locais, migrando, depois, para a condição de redator e de cronista. “Hoje me arrependo, profundamente, de não ter arquivado esses diálogos, daria um livro incrível. Quem o conheceu de perto sabe”, acrescentou Cássio, mencionando as conversas por WhatsApp com o consagrado jornalista. O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) também manifestou-se em redes sociais enaltecendo a competência profissional e o caráter de Martinho Moreira Franco. A Associação Paraibana de Imprensa e o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado divulgaram notas ressaltando a trajetória ética de Martinho e a sua contribuição valiosa ao engrandecimento do jornalismo.
Vários colegas de Martinho também lamentaram a sua morte. O jornalista Sílvio Osias, em seu blog no “Jornal da Paraíba online”, disse que Martinho Moreira Franco “era do grupo dos que trabalharam com governos e conservaram as mãos limpas”. O jornalista foi secretário de Comunicação no segundo governo de Tarcísio Burity, mas passou a trabalhar na comunicação governamental desde a década de 1960, no governo de João Agripino Filho, passando pelos governos de Ernani Sátyro, Ivan Bichara Sobreira, Wilson Braga, Milton Cabral, Ronaldo Cunha lima, Cícero Lucena, Antônio Mariz, José Maranhão, Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho. “Ocupou cargos mas nunca deixou de ser o Martinho das intermináveis noites nos “escritórios” que frequentávamos”, expressou Sílvio Osias. O sepultamento de Martinho Moreira Franco ocorreu no final da tarde de ontem em João Pessoa.