Nonato Guedes
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Adriano Galdino (PSB), decretou luto oficial de sete dias pelo falecimento do senador José Maranhão (MDB), que foi deputado estadual por quatro legislaturas. “É com profundo pesar e o coração quebrantado que lamentamos a morte do senador e ex-governador José Maranhão. Nos últimos dias, na luta contra os efeitos do vírus devastador (covid-19), Maranhão demonstrou a mesma garra e determinação que nortearam toda a sua trajetória de vida, mas, infelizmente, é mais um a tombar diante deste inimigo invisível e cruel. À desembargadora Fátima Bezerra, companheira inseparável de vida e lutas, minha solidariedade, estendida aos filhos, parentes e amigos”, comentou o dirigente da ALPB.
E acrescentou: “A Paraíba perde um grande líder, a política perde um grande exemplo e eu perdi um amigo, um professor. Que Deus, na sua infinita misericórdia, o receba com toda a Glória”. José Maranhão, filho do ex-prefeito de Araruna Benjamin Maranhão e de Dona Benedita Targino Maranhão (Dona Yayá), começou sua carreira política elegendo-se deputado estadual em 1955 pelo PTB, partido pelo qual voltou a ser eleito deputado estadual por mais dois mandatos consecutivos. Em 1967, se filiou ao MDB, pelo qual voltou a ser eleito deputado estadual, ficando no cargo até 1969. Em 1982, elegeu-se deputado federal, reeleito para a Assembleia Nacional Constituinte na legislatura 1987-1991. Exerceu mais um mandato de deputado federal até 1994, quando concorreu como candidato a vice-governador na chapa liderada por Antônio Mariz, que foi vitoriosa. Ascendeu ao governo com a morte de Mariz e em 1998 postulou a reeleição, derrotando por larga vantagem o deputado estadual Gilvan Freire, que se lançou pelo PSB.
Em fevereiro de 2015, já no início da nova legislatura no Congresso, foi eleito presidente da mais disputada Comissão do Senado, a de Constituição, Justiça e Cidadania, para o biênio 2015/2016. Em março de 2015 assumiu a presidência da CCJ e permaneceu no cargo até dezembro de 2016. Ultimamente era membro titular da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, da Comissão de Educação, Cultura e Esporte e da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. O ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo Filho, lamentou o falecimento de José Maranhão. Fez questão de ressaltar os momentos em que estiveram juntos, tanto na política quanto na vida pessoal. “Durante minha vida pública, foram grandes e memoráveis momentos que vivemos juntos, seja nas campanhas políticas, visitando os municípios paraibanos, traçando estratégias de campanha, compartilhando experiências, aprendendo com seus exemplos, ou exercendo cargos públicos, vivenciando e atuando em favor da Paraíba e dos paraibanos”, destacou o ministro.
Vitalzinho também lembrou a época em que exercia mandato de deputado estadual e José Maranhão, então governador, teve uma demonstração de grande gesto de confiança ao escolhê-lo para ser líder do governo na Assembleia Legislativa. Para Vital, Maranhão era um grande companheiro, para qualquer ocasião, pois fazia questão de ser agradável aos que o cercavam e de demonstrar seu carinho e atenção com os amigos, além de sua dedicação à Paraíba e ao seu povo. “Maranhão era um grande ser humano, uma pessoa especial, de extraordinário desempenho político e de enormes demonstrações de afeto pelo povo paraibano. Foi um grande governador e, em Brasília, estava sempre presente nso momentos mais importantes do país, participando ativamente das decisões políticas do Brasil mas sem esquecer sua terra, pois estava sempre preocupado em fazer o melhor para a Paraíba”, finalizou Vitalzinho.