Nonato Guedes
A senadora em exercício Nilda Gondim e o senador Veneziano Vital do Rêgo, do MDB, disseram ter recebido com “enorme tristeza” a notícia do falecimento do senador José Maranhão, ocorrido ontem à noite em São Paulo, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Nilda assumiu há poucos dias a titularidade do mandato de Maranhão, com licença requerida por ele, em meio às complicações decorrentes de Covid-19 que agravaram seu estado de saúde. Agora, ela passa a ser efetivada no posto. O destaque da trajetória política do ex-governador mereceu ênfase tanto de Nilda como de Veneziano, que é filho da senadora.
“Mais que uma perda de um grande homem público para a Paraíba, perdemos um ser humano incomum, um homem de extrema dedicação às causas paraibanas e ao seu Estado”, expressou Veneziano. Já Nilda Gondim pontuou: “O senador José Maranhão deixa mais que um legado de homem público, de pessoa que se dedicou para melhorar a lutar pela qualidade de vida dos paraibanos. Ele deixa exemplos para as gerações futuras, de como amar e se dedicar à sua terra e à sua gente. Um homem forte, que lutou até enquanto pôde pela vida”. Veneziano e Nilda também fizeram questão de ressaltar a atuação do senador José Maranhão em nível nacional, como expoente do MDB, mencionando as funções que assumiu no Parlamento e lembrando que em cada uma delas sempre teve a preocupação de atuar em defesa dos avanços do País.
Além da esposa, a desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, Maranhão deixa os filhos Maria Alice, Leônidas e Letícia. Os prefeitos de João Pessoa, Cícero Lucena (PP) e de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD) também emitiram notas de pesar pela morte do senador José Maranhão. Bruno afirmou que a Paraíba perde um dos seus mais notáveis homens públicos da contemporaneidade, com mais de seis décadas de atividade política e que galgou os mais importantes cargos do Estado. O governador João Azevêdo também exaltou os méritos de Maranhão na vida pública, os serviços prestados à Paraíba e a sua contribuição como parlamentar. Bruno frisou que mesmo que na maior parte das vezes Maranhão tenha militado no campo adversário do seu grupo político, sempre procurou manter as melhores relações pessoais com sua família, especialmente com o seu avô Ivandro Cunha Lima.
O ex-senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, comentou, em mensagem nas redes sociais: “Somo a minha palavra neste instante à voz uníssona da Paraíba, de condolências, sincero pesar, à família do senador José Maranhão, aos seus amigos, aos seus eleitores. A vida nos proporciona encontros, desencontros e reencontros. Me reencontrei definitivamente com o senador Maranhão no Senado, onde a Paraíba nos colocou, e de forma sincera, verdadeira, construímos uma relação fraterna, respeitosa, colaborativa, com espírito público elevado, para defender os interesses comuns do nosso Estado. A todos, neste instante, a minha manifestação de solidariedade, meu pesar, pelo falecimento do senador José Maranhão, que muito fez pelo nosso Estado e que deixa uma lacuna, também, na vida brasileira”.
Esposa do senador José Maranhão, a desembargadora Fátima Bezerra, ao confirmar, através de um áudio, a morte do senador paraibano, lembrou a convivência e dedicação do político. “Durante todo este tempo que convivemos juntos foi um grande crescimento para mim, fui aprendiz, embora não tenha chegado perto dos seus lampejos de sabedoria. Hoje você parte para o céu, e eu estou com o coração tranquilo porque você fez como São Paulo: combateu o bom combate, terminou sua carreira e venceu pela fé”. Fátima Bezerra disse que Maranhão sempre foi um homem de luta e que desde os 16 anos trabalhava, incansavelmente. “Você estava trabalhando até a última hora”, expressou, referindo-se ao internamento de Maranhão no dia 29 de novembro, segundo turno da eleição para prefeito de João Pessoa. Ele foi levado ao Hospital da Unimed depois de ter participado ativamente da campanha do candidato Nilvan Ferreira, que perdeu para Cícero Lucena. Para a desembargadora, Maranhão concluiu sua trajetória com dignidade, ética, decência. “Venceu pela fé, porque às vezes quando estava triste e ficava cambaleando, duvidando das coisas que queria o nosso Deus, você dizia, a fé é a certeza daquilo que não se vê”.