Nonato Guedes
Está programado para as 10h de hoje, na cidade de Araruna, no Brejo paraibano, o sepultamento do corpo do ex-governador e ex-senador José Maranhão, que faleceu em São Paulo, no Hospital Vila Nova Star, vítima de complicações de Covid-19. O corpo do dirigente estadual do MDB chegou no começo da tarde de ontem a João Pessoa, sendo velado até as 18h no Palácio da Redenção, que ocupou por três vezes na sua trajetória política de cinquenta anos. Foi levado em carro aberto pelo Corpo de Bombeiros até a casa onde ele morava, no bairro do Altiplano Cabo Branco, para um momento de despedida da família e amigos, seguindo para sua cidade natal, onde o velório começou na madrugada. Foram inúmeras as homenagens prestadas a um dos últimos líderes populares da Paraíba, que tinha 87 anos de idade.
A viúva, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, em mensagens nas redes sociais, prestou informações e orientações sobre o ritual das cerimônias de adeus ao ex-governador. No Palácio da Redenção foi montado um rigoroso esquema de medidas de controle sanitário e era marcante a presença de pessoas do povo, sensibilizadas com a tragédia que se abateu sobre o ex-governador e seus familiares. A chegada do corpo, às 1h45 da terça-feira, no Aeroporto Internacional Castro Pinto, em Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa. O caixão foi retirado do avião da Força Aérea Brasileira, que o trouxe de São Paulo, e colocado em um carro do Corpo de Bombeiros. Militares levaram o esquife até o hangar do Governo do Estado, onde foi prestada homenagem pela banda da Guarda de Honra da Polícia Militar, sob muitos aplausos.
O governador João Azevêdo, o arcebispo metropolitano Frei Manoel Delson, os prefeitos de João Pessoa, Cícero Lucena (PP) e de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), estiveram na cerimônia, bem como representantes do Poder Judiciário e da Assembleia Legislativa. Após o momento de oração organizado pela família do senador, o corpo foi levado em cortejo para o Palácio da Redenção, onde o velório foi aberto ao público. José Maranhão morreu na noite de segunda-feira no Hospital onde estava internado há 71 dias. Foi diagnosticado com Covid-19 no dia 29 de novembro, dia de realização do segundo turno das eleições municipais para prefeito de João Pessoa. Chegou a votar no pleito, apoiando o candidato do MDB, Nilvan Ferreira, que disputou a finalíssima com Cícero Lucena, mas, horas depois, começou a apresentar sintomas de infecção pelo novo coronavírus, como febre e tosse persistente. Foi levado no mesmo dia para o Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed) onde fez teste para Covid-19 e recebeu resultado positivo. José Maranhão, então, internou-se pro precaução.
A expectativa, inicialmente, era otimista quanto a sintomas leves da doença e perspectivas de recuperação rápida do senador. Entretanto, no dia três de dezembro, Maranhão sofreu uma piora no quadro de saúde e a família optou por transferi-lo para São Paulo. No Hospital Vila Nova Star, foi diagnosticado com insuficiência respiratória e entubado. Maranhão passou alguns dias respirando com a ajuda de aparelhos e houve oscilações, para melhor, no seu estado de saúde, ocasionando a retirada da ventilação mecânica. Não obstante, ele permaneceu sob rigorosos cuidados na UTI, sem previsão de alta, até o surgimento de nova complicação. Por causa da morte de Maranhão, o Congresso adiou a instalação da Comissão Mista de Orçamento, que finalmente ocorrerá hoje.