O deputado federal Damião Feliciano (PDT), esposo da vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano, mantinha-se, até as últimas horas, em recuperação de sintomas da Covid-19 no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. Diante da falta de maiores informações por parte da família, do governo do Estado ou de cúpulas partidárias, circularam versões desencontradas sobre o estado de saúde da própria vice-governadora, apurando-se que ela teria tido efeitos leves da doença. Pelo menos uma fonte destacada, o presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, admitiu a internação do deputado, em contato com jornalistas paraibanos.
Ele defendeu, porém, o “direito da família de preservar este momento”, ao comentar críticas de setores da imprensa sorbe possível sonegação de informações a respeito. Luppi, que é muito próximo à família Feliciano, cumpriu agenda política nas eleições municipais do ano passado ao lado da vice-governadora Lígia e do deputado Damião em localidades da Paraíba. Uma filha do casal, Mariana Feliciano, chegou a ser candidata a vice-prefeita de João Pessoa na chapa encabeçada pela candidata do PV, Edilma Freire, apoiada pelo ex-prefeito Luciano Cartaxo. A chapa não logrou ir para o segundo turno. A ausência de Lígia de eventos oficiais nos últimos dias vinha sendo comentada nos bastidores, sem que tivesse vazado qualquer justificativa para tanto.
A própria direção e equipe médica do Hospital Sírio Libanês alegaram não ter autorização da família, em princípio, para fornecer maiores informações sobre o internamento do deputado Damião Feliciano. O parlamentar não chegou a participar da eleição da Mesa Diretora da Câmara Federal no início do mês porque já havia sido diagnosticado com a Covid-19. Na Assembleia Legislativa da Paraíba, está em pauta para apreciação projeto de lei da deputada Pollyanna Dutra, do PSB, fixando penalidades para quem descumprir ordem prioritária de vacinação de integrantes de grupos sociais contra a Covid-19 no Estado. Conforme a matéria, poderão ser penalizados agentes públicos responsáveis pela aplicação da vacina, bem como superiores hierárquicos e até mesmo pessoas que furarem as filas da imunização ou seus representantes legais.
O projeto de Pollyanna estabelece que os agentes públicos poderão responder administrativamente, inclusive, sob o risco de serem afastados de suas funções. As multas previstas na propositura poderão chegar a até 850 UFR-PB para os agentes que imunizarem pessoas que não estejam na lista prioritária, e 1.700 UFR-PB para as pessoas imunizadas, podendo este valor ser dobrado, caso o imunizado seja um agente público. A deputada explicou que tomou a iniciativa diante de denúncias constantes que têm ocorrido sobre a prevalência de “fura-filas” em postos e unidades de saúde. “É preciso punir com multa pecuniária os agentes públicos ou qualquer cidadão que, de alguma maneira, recebam a vacina contra a Covid-19 sem obedecer à ordem do calendário de vacinação nacional ou estadual”, salientou, justificando que é dever do Legislativo disciplinar a questão e evitar privilégios a quem quer que seja.