Nonato Guedes
O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania) considerou proveitosa a reunião virtual de que participou, ontem, com outros governadores, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que na ocasião prometeu entregar 230,7 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até 31 de julho. O chefe do executivo paraibano fez-se acompanhar do secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, que também se disse confiante quanto à aceleração do Plano de Imunização contemplando diferentes grupos sociais nos Estados. A reunião foi organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do tema “Vacinas” no Fórum Nacional de Governadores.
Segundo o ministério, o cronograma leva em consideração a negociação de vacinas Sputnik V, desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya e a indiana Covaxin. As duas vacinas ainda não foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No encontro, de acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, Pazuello apresentou cronograma de entrega, quantidade de doses e contratos para aquisição de mais imunizantes. Segundo a pasta, as próximas entregas irão acontecer ainda em fevereiro. São 2 milhões de doses da vacina 0xford/AstraZeneca, importadas da Índia, 9,3 milhões de doses da Sinovac/Butantan, produzidas no Brasil. Em março, conforme o ministério, são aguardadas 18 milhões de doses do Instituto Butantan e outras 16,9 milhões de doses da vacina 0xford/AstraZeneca.
O Ministério da Saúde revelou que existe a expectativa de que contratos de aquisição dessas vacinas aconteçam ainda nesta semana. Por enquanto, pelo menos duas capitais brasileiras – Rio de Janeiro e Salvador, interromperam suas campanhas de vacinação por falta de imunizantes. Diante desse quadro, a Confederação Nacional dos Municípios divulgou nota em que solicitou a “troca urgente” do comando do Ministério da Saúde “para o bem dos brasileiros”. Governadores como o da Paraíba, João Azevêdo, entretanto, não cogitaram a hipótese, em declarações à imprensa. O gestor paraibano apenas insistiu na urgência de efetivação do cronograma de aquisição e disponibilização de vacinas, alegando que a situação é grave em diferentes regiões.
Além de compra e entrega de vacinas, os governadores abordaram outros temas relacionados ao enfrentamento da crise provocada pelo novo coronavírus, como auxílio do governo federal na compra de remédios e equipamentos e ampliação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A TV Globo apurou que, na audiência, Pazuello disse aos governadores que tem competência e qualificação para conduzir o Ministério da Saúde, e pediu união no enfrentamento à pandemia. O ministro é alvo de inquérito que apura suposta omissão dele na crise no Amazonas. No Senado, há um pedido de CPI para investigar Pazuello. Em nome dos governadores, Wellington Dias também falou em união e em prioridade a laboratórios nacionais.
O governador do Piauí frisou que houve compromisso do ministério para distribuir aos Estados até abril 104 milhões de doses de imunizantes. “O que permite a vacinação de cerca de 25% da população brasileira”, emendou, acrescentando que se trata do grupo com mais de 60 anos, com comorbidades – “enfim, o grupo de maior risco”. Ao mesmo tempo, destacou a garantia de que até julho o país terá 230 milhões de doses, bem como pressa no detalhamento de Estado por Estado, data por data, número de vacina para cada Estado dos meses de fevereiro e do mês de março. No Brasil, a farmacêutica União Química quer produzir a vacina russa Sputnik V contra a Covid-19.