Nonato Guedes
O médico e pesquisador Miguel Nicolelis, coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, advertiu que é possível que o Brasil não possa realizar o carnaval de 2022 em virtude do agravamento da pandemia do novo coronavírus. “Se nada for feito, se continuarmos com esse índice crescente, com essas curvas aumentando assustadoramente, se as pessoas que não ter carnaval em 2021 foi grave, a possibilidade da gente não ter carnaval em 2022 começa a ser real”, afirmou o pesquisador em entrevista à TV Bahia.
E completou: “Essa situação parece que pode perdurar ao longo de todo o ano de 2021. É importante que a gente deixe isso claro: se nada for feito, não haverá solução com medidas paliativas que são conhecidas como sendo ineficazes em todo o mundo, como o toque de recolher”. O governo da Bahia, comandado por Rui Costa, do PT, anunciou na última terça-feira que o Estado entrará em regime de toque de recolher entre 22h e 6h a partir de hoje com o objetivo de conter a propagação da doença.
Nicolelis tem sido enfático na defesa de um isolamento social rígido (lockdown) em todo o território nacional desde o início de janeiro. “Acabou. A equação brasileira é a seguinte: ou o país entra num lockdown nacional imediatamente ou não daremos conta de enterrar os nossos mortos em 2021”, escreveu o pesquisador no Twitter. Enquanto isso, o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba e o Tribunal de Contas da União prorrogaram o prazo até meia noite da próxima segunda-feira, 22, para que os prefeitos respondam a uma pesquisa para avaliar a gestão municipal relacionada à execução do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. A data anterior era até 15 de fevereiro.
Das 223 prefeituras, apenas 128 responderam o questionário. O gestor que deixar de responder receberá um alerta de responsabilização. TCE e TCU já encaminharam, por meio do Portal do Gestor, um documento contendo 12 perguntas aos prefeitos para verificar se as administrações locais estão seguindo os dois planejamentos (federal e estadual) para aplicação das vacinas. Os formulários devem ser respondidos em conjunto com a apresentação de documentação comprobatória das medidas necessárias para viabilizar a imunização da população. O presidente do TCE, conselheiro Fernando Catão, disse que o objetivo da ação conjunta será com vistas ao aprimoramento da gestão pública em benefício da sociedade e, sobretudo, à garantia da ordem de prioridade de vacinação estabelecida no Plano do Ministério da Saúde.
Após o conhecimento das ações municipais implementadas, o TCE-PB efetivará ações de orientação e fiscalização do processo de imunização, seja de forma preventiva, concomitante ou posterior, utilizando os recursos humanos e tecnológicos de processamento e cruzamento dos dados obtidos para garantir a meta de vacinação defendida para os grupos prioritários. Serão observadas, ainda, todas as medidas cabíveis para responsabilização cível, administrativa e criminal de eventuais irregularidades identificadas, especialmente aquelas relacionadas ao descumprimento da ordem de prioridade de vacinação definido nos planos nacional e estadual.