Nonato Guedes
O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) tem recebido insistentes manifestações de apelos e apoios de prefeitos, ex-prefeitos e outras lideranças do partido para que assuma o comando da agremiação, sucedendo ao senador José Maranhão, que faleceu em São Paulo vítima de complicações da Covid-19. O parlamentar está analisando o cenário, juntamente com outras figuras de expressão, e se disse sensibilizado com as manifestações. O prefeito de Caldas Brandão, Fábio Rolim, observou, por exemplo, que Veneziano traz em sua trajetória o histórico de competência e qualificação para comandar os rumos do partido de agora em diante. Já o ex-prefeito de Fagundes, Gilberto, confessou-se entusiasta da articulação pró-Veneziano.
Fontes políticas de destaque do MDB informaram que há dois motivos fortes na intensificação do movimento pró-Veneziano: a orfandade de comando com a morte de José Maranhão, que era o principal líder da legenda, e a expectativa de retomada dos espaços como legenda influente que já foi na realidade política paraibana. O MDB, que resistiu ao regime militar e chamou-se PMDB no início da redemocratização, chegou ao poder estadual em 1986 com a vitória de Tarcísio Burity, egresso de uma dissidência no PDS-PFL. Manteve o controle do governo com Ronaldo Cunha Lima, eleito em 1990, seguido de Antônio Mariz, em 1995, José Maranhão, reeleito em 1998 e, novamente, José Maranhão, excepcionalmente, entre 2009 e 2011. A partir daí, o partido manteve apenas representação no Senado com o próprio Maranhão.
O prefeito Fábio Rolim avalia que a legenda, de certa forma, sempre se destacou pelo protagonismo no cenário político paraibano e, também, no plano nacional, quando ascendeu à Presidência da República com Michel Temer, sucedendo a Dilma Rousseff (PT) que havia sofrido processo de impeachment. Para ele, a reorganização do MDB no Estado é urgente e importante tendo em vista as eleições do próximo ano. E, no seu ponto de vista, o senador Veneziano Vital do Rêgo, que recentemente deixou os quadros do PSB e retornou ao MDB, tem todas as condições e a confiança necessária para liderar a reestruturação partidária. “Precisamos preparar o MDB para as eleições de 2022”, salienta.
Outros políticos destacados e filiados à legenda, como o ex-deputado federal Benjamin Maranhão, sobrinho do ex-senador José Maranhão, e o deputado estadual Raniery Paulino, atribuíram a Veneziano Vital do Rêgo credenciais para reorganizar a agremiação. O próprio José Maranhão havia se empolgado com os entendimentos para o retorno de Veneziano às fileiras emedebistas, e, nos últimos dias, a viúva Fátima Bezerra, desembargadora, identificou em Veneziano grandes qualidades para presidir o MDB, dividindo responsabilidades com o ex-governador Roberto Paulino e com o deputado estadual Raniery Paulino. As versões são de que os entendimentos nesse sentido estão bastante adiantados.