Nonato Guedes
O deputado federal Baleia Rossi (SP), que foi recentemente derrotado por Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara Federal, foi reconduzido à presidência nacional do MDB até outubro de 2022. O mandato terminaria em outubro deste ano, mas, por unanimidade, a sigla resolveu mantê-lo no comando como estratégia para as eleições do ano que vem. “Vamos trabalhar junto aos diretórios estaduais para organizar as chapas. Temos uma grande militância e um histórico de defesa da democracia”, reagiu o parlamentar.
Baleia Rossi está no seu segundo mandato na Câmara Federal. Entre os anos de 2016 e 2020, o deputado foi líder do MDB na Câmara. Atualmente, quem representa a bancada na Casa é o deputado Isnaldo Bulhões, do MDB-AL. O partido possui 34 deputados federais. No período em que fez campanha para se eleger à presidência da Câmara, Rossi esteve em João Pessoa para contato com integrantes da bancada federal, o que foi feito, também, pelo seu adversário Arthur Lira. Os integrantes da bancada paraibana dividiram-se nas preferências pelas duas candidaturas mais importantes à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Arthur Lira, de acordo com as versões, foi eleito graças à mobilização assumida pelo presidente Jair Bolsonaro e demais componentes da sua “tropa de choque” no Parlamento.
Embora tivesse negado influência direta ou mesmo interferência no processo eleitoral na Câmara, observando tratar-se de questão de economia interna daquele Poder, Bolsonaro manifestou, de público, inclinação pelo nome de Arthur Lira, que, a seu ver, atuaria bastante afinado com o Palácio do Planalto no cumprimento de pautas consideradas urgentes e que teriam ficado travadas na gestão de Rodrigo Maia. Um dos desafios de Baleia Rossi na continuidade no comando do MDB é a reestruturação do partido para as eleições estaduais e, principalmente, as eleições presidenciais do próximo ano. A Paraíba é um dos Estados à espera de definição por parte do MDB quanto ao seu próprio comando, devido à morte recente do senador José Maranhão, vítima de complicações decorrentes de Covid-19. O partido no Estado foi reforçado com o retorno, às suas fileiras, do senador Veneziano Vital do Rêgo, que rompeu com o PSB alegando incompatibilidades.