Nonato Guedes
O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba(Famup), George Coelho, informou ter defendido junto à Confederação Nacional dos Municípios a volta do pagamento do auxílio emergencial por parte do governo federal para setores que ficaram vulneráveis durante a pandemia do novo coronavírus. Mas não aceita que isto seja condicionado à retirada de recursos alocados na Educação. “Consideramos fundamental que o benefício chegue o quanto antes às famílias mais atingidas, que vivem momento crítico, mas não concordamos que o dinheiro seja retirado da educação, como se cogita fazer”, pontuou o dirigente da entidade.
De acordo com George Coelho, o auxílio emergencial vai ajudar a minimizar os impactos da pandemia no atual momento de dificuldade econômica. “Estamos passando por um aumento no número de casos da Covid-19 em todo o país, principalmente na Paraíba, onde temos 144 municípios em bandeira laranja, tendo que fechar estabelecimentos. A população vai precisar dessa ajuda, desde que o dinheiro, para isso, não tenha que ser remanejado da educação, que é essencial”, enfatizou Coelho. Há uma proposta de compensar os gastos com auxílio emergencial recorrendo à desvinculação dos recursos para a Educação e Saúde, que hoje têm percentual mínimo obrigatório no Orçamento.
O presidente da Famup advertiu que essa possibilidade poderá causar um prejuízo enorme à educação, especialmente ao Fundeb. Milhares de municípios com poucos recursos não teriam dinheiro sequer para pagar os professores ou fazer obras nas escolas, ajuntou. O benefício do auxílio emergencial acabou no final do ano passado e está sendo discutida uma proposta para estendê-lo por mais alguns meses. Uma das propostas em tramitação na Câmara dos Deputados é o Projeto de Lei 202/21, que cria um novo auxílio emergencial no valor de R$ 300, a ser pago em 12 parcelas mensais até 31 de dezembro deste ano. O Ministério da Economia já estuda a possibilidade de um novo pagamento do auxílio emergencial para aproximadamente 40 milhões de pessoas. As contas de técnicos da Esplanada são de que, para bancar o benefício, o Tesouro Nacional terá de se endividar em pelo menos R$ 30 milhões.
Ainda na Paraíba: repercutiu na mídia nacional o vídeo do prefeito de Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa, Vítor Castelliano, conclamando a população para fazer um grande jejum no dia 15 de março, numa espécie de guerra espiritual no combate ao covid-19 no Estado. O vídeo foi publicado na rede social do gestor da cidade portuária. “Vamos conclamar a todos os pastores e padres para que juntos no dia 15 de março façamos esse grande jejum”, frisou, adiantando que oficializará o pedido de jejum na Câmara Municipal de Cabedelo. Vítor Castelliano ainda pede que os demais prefeitos adotem o jejum em suas cidades, na tentativa de vencer à doença. Na rede social do prefeito, os comentários à postagem evidenciam opiniões divididas entre os que apoiam e os que criticam a iniciativa do gestor.