Nonato Guedes
Um projeto de resolução que institui a Medalha Senador José Maranhão, apresentado pela senadora paraibana Daniella Ribeiro, do PP, aguarda análise no Congresso. A proposta visa a agraciar pessoas físicas ou jurídicas que se destacaram à pandemia da covid-19 e o texto prevê que a cerimônia de entrega da Medalha será realizada em sessão do Senado Federal, especialmente convocada para esse fim, podendo contar com a presença dos homenageados. Maranhão faleceu recentemente em São Paulo, vítima de complicações da covid-19, tendo o corpo sido velado em João Pessoa e sepultado na cidade de Araruna, Agreste, onde ele nasceu. Maranhão foi, também, governador do Estado em três oportunidades, deputado federal e deputado estadual, além de vice-governador de Antônio Mariz, na chapa eleita na campanha de 1994.
A desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, viúva de Maranhão, que repercutiu a iniciativa em suas redes sociais, ficou sensibilizada com a homenagem, que traduziu como reconhecimento à trajetória de lutas do ex-governador em favor dos segmentos mais carentes da população. A autora do projeto explicou que a proposta busca condecorar os profissionais que se destacaram na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Para a escolha dos premiados, será criado o Conselho da Medalha Senador José Maranhão, composto por um senador de cada partido político com assento na Casa, indicado pelas respectivas lideranças ou blocos partidários. Os premiados deverão ser escolhidos por senadores mediante justificativa de contribuição relevante na pandemia de covid-19.
Na argumentação do projeto, Daniella Ribeiro expressou que, em paralelo à condecoração dos profissionais atuantes na linha de frente do combate ao coronavírus, intentou homenagear o senador José Maranhão, que estava na vida política há quase 70 anos, era o senador mais idoso da legislatura atual e faleceu aos 87 anos devido a complicações da covid-19. Ressaltou que os profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, atendentes, encarregados da limpeza e demais funcionários de hospitais e centros recém montados para atender a população, estão se colocando em risco que “muitas vezes lhes custam a própria vida”. E acrescentou: “Além de homenagear um de seus membros mais queridos e respeitados, vítima da covid-19, o Senado Federal prestará reverência aos profissionais que se sacrificam e se destacam no enfrentamento a essa terrível epidemia”.
Nascido em Araruna em 1933, José Targino Maranhão foi empresário e advogado, formado pela Universidade Federal da Paraíba, tendo começado na política na década de 1950, mais precisamente em 1955, quando foi eleito deputado estadual, cargo para o qual foi reeleito por mais três mandatos. Também foi três vezes deputado federal e governador do Estado da Paraíba em três oportunidades. Em 2002, Maranhão elegeu-se para o primeiro mandato como senador, e, em 2014, elegeu-se para o seu segundo mandato no Senado Federal. Na campanha eleitoral de 2020, Maranhão teve participação ativa, engajando-se, sobretudo, na disputa em João Pessoa, onde o MDB disputou o segundo turno. Ele foi sucedido no mandato pela primeira suplente, Nilda Gondim, que estava no exercício desde que Maranhão requereu licença para tratamento de saúde.