Nonato Guedes
O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), informou, no Twitter, ter assinado a carta de governadores ao presidente Jair Bolsonaro, publicizada ontem e solicitando a compra pela União de mais doses de vacinas contra o coronavírus. Ao todo, gestores de 14 Estados firmaram o documento, no qual escrevem: “Os entes federados têm envidado todos os seus esforços, mas estão no limite de suas forças e possibilidades”. A carta pede a imediata adoção das providências necessárias a fim de viabilizar a obtenção, junto a entidades estrangeiras e organismos internacionais, de novas doses de imunizantes contra a Covid-19, de modo a auxiliar no controle do aumento exponencial dos casos de infecção e do número de óbitos pelo coronavírus, conforme observado nos últimos dias em todo o território nacional”.
Os signatários da carta afirmam que a quantidade de doses de vacinas aplicadas atualmente no país é baixa e chamam a atenção para a crise que alguns Estados enfrentam na lotação de ocupação de leitos de UTI. “O percentual de vacinas aplicado no Brasil, a despeito do empenho de governadores, prefeitos e profissionais da saúde em todo o país ainda é muito baixo e, no ritmo atual, infelizmente atravessaremos o ano lamentando a irreparável perda de vidas, além da baixa expectativa de imunizar efetivamente todos os grupos prioritários”. Nesta semana, Bolsonaro e governadores protagonizaram um conflito. O presidente superdimensionou os repasses que a União é obrigada constitucionalmente a fazer aos Estados e reclamou das medidas de isolamento social aplicadas pelos Estados e municípios.
O presidente tem viajado pelo Brasil e provocado aglomerações, o que incomoda alguns governadores e prefeitos. Na opinião do governador da Paraíba, João Azevêdo, somente com o envio de vacinas pelo governo federal será possível conter o vírus que se alastra pelo país e vencer a pandemia. Os gestores ressaltam que, de sua parte, nos últimos meses, instalaram milhares de novas vagas em Unidades de Terapia Intensiva, contrataram profissionais de saúde de diferentes áreas e viabilizaram a compra de equipamentos. “Reconhecemos que, neste grave momento, há no mundo uma extraordinária procura por vacinas, junto a diferentes fornecedores. Acompanhamos o anúncio de novas aquisições pelo Ministério da Saúde, mas também percebemos que é preciso agilizar mecanismos de compra, explorar e concretizar todos os meios de aquisição disponíveis para vacinar, no menor espaço de tempo possível, a maior quantidade de brasileiros. Se não tivermos pressa, o futuro não nos julgará com benevolência”, assinalam.