Nonato Guedes
O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), através de sua conta na rede social Twitter, se manifestou, ontem à noite, sobre o anúncio do Governo do Estado de que a cidade ingressou na bandeira laranja, mais restritiva. Além de confirmar participação numa videoconferência com o governador João Azevêdo na tarde de hoje, Bruno lança questionamentos sobre a decisão, reafirma condição de controle local da pandemia e enfatiza que Campina Grande está sendo penalizada por fazer o dever de casa e estar atendendo pacientes de outras regiões críticas da Paraíba.
– Recebemos pacientes de outras cidades com muito orgulho. Como já disse, estamos de portas abertas para ajudar. Esta é uma marca registrada das pessoas de Campina. Mas, sinceramente, não podemos ser penalizados por estarmos ajudando irmãos de outras cidades. Qual o sentido? – indagou o chefe do executivo municipal. Ele diz ser inegável a fase mais crítica da pandemia, não apenas na Paraíba mas no Brasil e salienta que não se pode negar que medidas mais urgentes precisam ser tomadas no sentido de conter o avanço da doença e, consequentemente, a superlotação dos leitos e o número de mortes. “Mas também não se pode negar que em Campina, desde o início de tudo, estamos fazendo todos os esforços para garantir tratamento público de qualidade e em quantidade suficiente para atender aos pacientes infectados pelo novo coroavírus”.
O prefeito frisou que “basta ver os números da cidade”, reforçando que a sua gestão tem tomado todas as decisões de forma democrática, discutindo-as e construindo-as com as pessoas que habitam Campina Grande e estão integradas ao seu desenvolvimento. “Editamos decreto, ampliamos a fiscalização, multamos e interditamos estabelecimentos, além de estarmos ampliando leitos de UTI. Nada disso é fácil, mas fazemos”, explicou o alcaide. Bruno também registra que, nos últimos dias, o Hospital das Clínicas, gerido pelo governo do Estado, recebeu diversos pacientes de todo o Estado e chegou a 100% de ocupação dos leitos de UTI. Segundo o boletim oficial divulgado, apenas 17,9% dos pacientes internados naquele hospital são de Campina Grande.
Por outro lado, Bruno revelou que na noite de ontem o Hospital Municipal Pedro I estava com 48% de ocupação das UTIs. Nos últimos 15 dias, foram internados 117 pacientes, dos quais 69 eram de Campina Grande. Os outros 48 são de cidades espalhadas por todo o Estado. “Nunca negamos vagas. Queremos ajudar”, assegura. O prefeito pontuou que a edilidade campinense continuará recebendo pacientes até o limite do possível, “sem comprometer a atenção aos campinenses”, como se verificou no caso dos pacientes de Manaus. Face a essas posturas é que o prefeito cobra “respeito e colaboração dos outros entes, sobretudo do governo do Estado”.
O prefeito descartou, porém, a hipótese de politizar a discussão sobre a pandemia na videoconferência com a participação do governador João Azevêdo, programada para tarde deste domingo. “Mas também não posso deixar de defender a cidade, defender o direito de quem está seguindo as regras e cumprindo as medidas sanitárias. Campina Grande está numa situação diferenciada porque fazemos nossa parte com planejamento e eficiência”. Da videoconferência participarão, ainda, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena e representantes do Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas da Paraíba.