Nonato Guedes
O deputado federal Frei Anastácio Ribeiro, único representante do PT paraibano na Câmara, exaltou a decisão do ministro Edson Fachin anulando condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça de Curitiba e ressaltou que Lula “está livre, finalmente, para viabilizar sua volta à Presidência da República”. Segundo ele, a grande maioria dos brasileiros espera a volta de Lula para retomar projetos que, no seu ponto de vista, revolucionaram a realidade econômica e social do país. Frei Anastácio endossou as palavras de Lula, em mensagem após a decisão de Fachin, de que está liberado para contribuir para “libertar o Brasil dessa loucura que está acontecendo em nosso país”.
Frei Anastácio salientou que são inúmeros os desafios enfrentados pela sociedade brasileira na gestão do atual presidente Jair Bolsonaro, situação que, a seu ver, é agravada pela postura negacionista adotada por ele em relação à piora da calamidade do coronavírus. “O país inteiro se ressente da presença de um líder, com credibilidade e forte sensibilidade para conduzi-lo na travessia de enfrentamento à Covid-19, em articulação com governadores, prefeitos, representantes da sociedade, num diálogo democrático que contemple as reivindicações mais prementes”, acrescentou o parlamentar. No momento, diz ele, as discussões políticas para o pleito de 2022 devem dar lugar ao mutirão para combate ao coronavírus. “Mas é indiscutível que se abre uma janela para que o ex-presidente Lula devolva a esperança ao povo brasileiro”, arrematou.
Por outro lado, o deputado estadual Anísio Maia, também do PT, ex-candidato a prefeito de João Pessoa nas eleições de 2020, divulgou nota afirmando que o Supremo Tribunal Federal deve assumir a narrativa de que o processo movido contra o ex-presidente Lula “foi uma armação”, ao comentar a decisão do ministro Fachin de anular as condenações contra Da Silva no âmbito da Lava Jato. Textualmente, sublinhou Anísio Maia: “A defesa de Lula passou anos afirmando, e cobrando do STF, que a Vara de Curitiba era incompetente para julgar as acusações contra ele. Enquanto isso, o juiz Sergio Moro e seus cúmplices, Deltan Dallagnoll e companhia, fizeram o que queriam com o processo. Massacram Lula como desejaram, prenderam-no por mais de um ano, constrangeram seus familiares, bloquearam seus bens e agora, depois que o mundo conheceu os autos com as patifarias de Moro, acordaram para fazer valer a legislação”.
O deputado Anísio Maia considera que ficou provado que o Supremo Tribunal Federal mistura política com justiça e que isto ocorreu somente agora depois que o ex-juiz Sergio Moro “foi desmoralizado até no exterior”. Prosseguiu: “Então, tomaram a decisão certa. E a pergunta que fica é: anularam os processos, mas quem vai restituir os direitos perdidos, os constrangimentos e, finalmente, por que só quando viram a casa caindo é que decidiram fazer justiça? Esta decisão é para conceder o direito de defesa que Lula não teve em Curitiba ou para não admitir a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro e seus aliados? Esse processo contra Lula foi uma armação. É isso o que o Supremo Tribunal Federal tem que declarar”.