Nonato Guedes
O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania) parabenizou, ontem, o cardiologista Marcelo Queiroga, seu conterrâneo, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o ministério da Saúde. Em postagem feita em rede social, Azevêdo afirmou: “Boa sorte ao dr. Marcelo Queiroga, paraibano escolhido para assumir o ministério da Saúde nesse difícil momento da pandemia. Conte com o apoio dos governadores para acelerar a vacinação, para que assim possamos vencer o vírus com base na ciência, pelo bem do Brasil e pela vida do nosso povo”. Também o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), elogiou o escolhido.
– A indicação do médico Marcelo Queiroga para o ministério da Saúde traz uma importante perspectiva de que teremos uma coordenação nacional eficiente, articulada com Estados e municípios, para frear a pandemia. Tempo, nesse caso, é vida – expressou o governador capixaba. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, reagiu: “Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga fará um excelente trabalho à frente do ministério da Saúde, uma das pastas mais desafiadoras e relevantes. Boa sorte na nova missão e conte comigo”. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-aliada do presidente Bolsonaro, afirmou: “Vamos para o quarto ministro da Saúde em dois anos de governo – o terceiro durante o ano da pandemia. Isto não aconteceu em nenhum outro país do mundo! #BolsonaroGenocida”.
O UOL informa que, incrédulos, os políticos da oposição evitaram comemorar a nomeação do médico cardiologista Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde no lugar do general Eduardo Pazuello. Enquanto governistas elogiaram a escolha, parlamentares críticos ao governo levantaram dúvidas sobre se o presidente Jair Bolsonaro permitirá que Queiroga trabalhe para conter o avanço da pandemia no Brasil. Alessandro Molon, deputado federal pelo PSB-RJ, questionou: “O médico Marcelo Queiroga vai assumir o Ministério da Saúde. Seria bao notícia, não fosse a conduta de Bolsonaro: ele vai tolerar que o ministro siga a ciência, desestimule aglomerações e promova ampla vacinação? Ou vai continuar boicotando essas medidas?”.
Já o Major Vítor Hugo (GO), líder do PSL na Câmara Federal e apoiador de Bolsonaro, parabenizou Queiroga pelo novo cargo e ainda agradeceu Pazuello pelo trabalho à frente do Ministério da Saúde. “Parabéns ao novo ministro Marcelo Queiroga pela indicação para a pasta da Saúde. Nossos sinceros agradecimentos ao ministro Pazuello pelos trabalhos prestados ao Brasil nos últimos meses! Vidas e Empregos! Força e Honra!”, disse o deputado em uma rede social. O deputado federal Ivan Valente, do PSOL-SP, frisou: “Cai Pazuello. A pergunta que fica é: quem entra defende a ciência, as regras sanitárias e a vida ou seguirá as ordens genocidas de Bolsonaro? Marcelo Queiroga aceitou o convite para assumir a Saúde. A negativa anterior de Ludhmila Hajjar indica que o delírio segue em voga”. Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde, salientou: “Somos o país que mais trocou o comando da saúde na pandemia. As mudanças sempre confusas, políticas e o povo continua morrendo. Bolsonaro faz politicagem onde deveria ter responsabilidade. Enquanto um ministro fazia balanço e falava de orgulho, Bolsonaro o derrubava por trás”.
O presidente Jair Bolsonaro prometeu, sem explicar detalhes, que o novo ministro será responsável por um amplo programa de vacinações. “No tocante a vacinas, um programa bastante ousado, mais de 400 milhões de doses contratadas até o final do ano. Este mês vamos receber mais de 4 milhões de vacinas, e essa política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente em nosso governo”. A mídia sulista informa que Marcelo Queiroga agrada não só Bolsonaro como também a militância do presidente nas redes sociais, mesmo defendendo o isolamento social. Hoje o Brasil é líder global em número de mortes diárias, em números absolutos, e diversas capitais do país estão com a maioria dos hospitais completamente lotados. Se for considerado o tamanho da população, o país ocupa o décimo segundo lugar enrte os mais atingidos, com 132 mortes a cada 100 mil habitantes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins (EUA). Queiroga tem mais de 30 anos de experiência como médico e hoje cursa doutorado em Bioética na Faculdade de Medicina da Uniiversidade do Porto, em Portugal.