Nonato Guedes
O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (PSB), parabenizou o médico Marcelo Queiroga pela indicação para ser o próximo ministro da Saúde, de acordo com ato do presidente Jair Bolsonaro. “Estou muito esperançoso que o paraibano Marcelo Queiroga possa contribuir com seu conhecimento para reverter o atual quadro que a pandemia de covid-19 vem causando em diversos setores do nosso país. Somente com diálogo e ações efetivas e urgentes vamos conseguir superar esse cenário em que vivemos”, resumiu.
A indicação de Marcelo Queiroga para substituir a Eduardo Pazuello tem tido repercussões distintas em inúmeros segmentos da sociedade brasileira. Ontem, o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, em entrevista à CNN, analisou a escolha do cardiologista paraibano para o comando da pasta e afirmou que o novo ministro é bem capacitado para os desafios que enfrentará diante da pandemia de Covid-19. Para Teich, ter um médico à frente do ministério novamente “faz a diferença”. E acrescentou: “Acredito que ele vai trazer uma formação, uma história, um conhecimento em saúde que pode ajudar a gente a sair de uma forma menos sofrida da que estamos passando. Acredito nisso e torço muito por ele. Tudo de bom para o Queiroga, que tudo dê certo para ele e para o Brasil”.
Para Teich, apesar de capacitado, Queiroga enfrentará um cenário desafiador, diante do agravamento da pandemia no Brasil, e precisará lidar com um ambiente de “incerteza” nos próximos meses. Disse o ex-ministro: “Nunca tivemos uma situação de tanta incerteza e desconhecimento, é uma gestão extremamente desafiadora. O cenário ideal é deixar as pessoas no isolamento maior enquanto vacina. Como o programa de vacinação deve demorar a deslanchar, estamos falando de meses de doença sem controle”, pontuou o ex-ministro. De acordo com Teich, um dos desafios a serem enfrentados é a realização de ações de distanciamento social que tenham efetividade no combate à disseminação do novo coronavírus. Para isso, segundo o ex-ministro, Marcelo Queiroga precisaria do apoio do presidente Jair Bolsonaro.
– Não vamos ter volume de vacina rápido para impactar a evolução da doença em pouco tempo. O único recurso é o distanciamento e a melhora da capacidade de atendimento da doença nos hospitais. Para isso, ele vai precisar do apoio do presidente, porque o distanciamento é a única ferramenta que ele vai ter – expressou. O ex-ministro também afirmou que será necessário avaliar, igualmente, a fundo, a disseminação da Covid-19 na população. “Ele como gestor terá de mapear os cenários possíveis. Um deles é a presença de variantes que podem tornar a doença mais difícil de ser controlada”, sublinhou, arrematando: “A doença é imprevisível, você tem que construir o futuro, não adivinhar”.