Nonato Guedes
O médico paraibano Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga, anunciado, ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro, como novo ministro da Saúde do governo, manifestou apoio público ao então candidato pelo PSL na campanha eleitoral de 2018, quando derrotou em segundo turno o candidato do PT, Fernando Haddad. Uma busca feita pela CNN no histórico de publicações no Twitter oficial do médico, verificado pela plataforma, indica duas menções ao presidente Jair Bolsonaro. A primeira data de julho de 2019, quando Queiroga publicou uma foto de Bolsonaro conversando, no Congresso,, com o então deputado Enéas Carneiro, que o médico definiu como “registro histórico do encontro de dois grandes brasileiros”.
A outra foi em setembro de 2020, quando o médico Marcelo Queiroga respondeu a uma publicação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que publicou um boletim médico do presidente após uma retirada de cálculo de bexiga. “Com a graça de Deus nosso presidente Jair Bolsonaro vai superar mais essa adversidade”, escreveu Queiroga ao senador na oportunidade. Queiroga vem da mesma especialidade e da mesma associação que Ludhmilla Hajjar, médica que recusou convite para assumir o posto por “motivos técnicos” e após receber ameaças de morte, como revelou em entrevistas. Apurou-se que a ordem, em Brasília, é não haver correria na transição, já que a pasta da Saúde é a responsável pelas ações de combate à pandemia. Nas palavras de um auxiliar militar do presidente, a transição será tranquila. “É como no quartel: vai levar de cinco a oito dias para passar a função”. O próprio Bolsonaro calculou em uma ou duas semanas o período de transição de Eduardo Pazuello para Marcelo Queiroga.
A mídia nacional enfatiza que o novo ministro defendeu o voto em Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018. Em 22 de outubro de 2018, a uma semana do segundo turno, o médico publicou uma foto com o twibbon do então candidato, que trazia os escritos: “Segundo Turno é Bolsonaro, muda brasil de verdade”. Ao ser acompanhado por uma amiga de rede social, ele respondeu: “Vamos mudar o Brasil”. Versões divulgadas pelo Poder360 sobre a conversa mantida entre o presidente Bolsonaro e a médica Ludhmila Hajjar, que estava cotada para o ministério, atestam divergências claras em posições a respeito do tratamento da covid-19 e outros pontos de combate à pandemia. O mandatário, à certa altura, questionou: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”. A médica teria ponderado que medidas extremas poderiam ser necessárias em casos extremos, o que não agradou Bolsonaro.