Nonato Guedes, com agências
Em seu primeiro pronunciamento desde o anúncio de que assumirá o Ministério da Saúde, o cardiologista paraibano Marcelo Queiroga afirmou, ontem, que o Sistema Único de Saúde é um grande “ativo” do país e a “grande arma” para combater a pandemia de Covid-19 e outros problemas de saúde que afligem a população. De máscara, ao lado do antecessor no comando da Pasta, o general Eduardo Pazuello, Queiroga iniciou a fala enfatizando que é médico e exerce a profissão ha´mais de trinta anos. O cardiologista falou em somar esforços e disse que sozinho não fará nenhuma “mágica” no combate à crise sanitária e dos demais problemas de saúde do Brasil.
“Tenho certeza de que terei a ajuda dos brasileiros para executar as políticas públicas e ter um resultado mais desejável no enfrentamento dos problemas da saúde”, frisou. Queiroga afirmou que o momento é de fortalecer a parceria com as secretarias municipais e estaduais de saúde e com órgãos representativos como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para melhorar a eficiência da distribuição e aplicação de vacinas contra a Covid-19 de forma a conter a circulação do novo coronavírus. “É preciso melhorar a qualdiade da assistência em cada um dos nossos hospitais, sobretudo nas Unidades de Terapia Intensiva e no enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave”, disse. O médico salientou que as contribuições dadas devem ser sempre baseadas em evidências científicas. “A ciência brasileira tem sido muito útil”.
Queiroga conclamou a população a adotar medidas de combate à disseminação do vírus, muitas vezes desprezadas pelo próprio governo federal, como o uso de máscara e do álcool gel, porém, o novo escolhido para comandar a Saúde afirmou que as medidas são necessárias para que não seja preciso “parar a economia do país”. O médico reforçou a importância da imprensa e disse que é por meio das críticas e informações veiculadas que “conseguiremos melhores desempenhos no combate à crise sanitária”. Após o pronunciamento, quando foi abordado pelos jornalistas enquanto netrava no carro, Queiroga afirmou que dará continuidade ao trabalho que vem sendo exercido. “A política é do governo Bolsonaro, a política não é do ministro da Saúde”. A nomeação de Marcelo Queiroga ainda não foi publicada no Diário Oficial da União e a data da posse ainda não havia sido definida até as últimas horas.
Ao lado do sucessor, Pazuello falou brevemente e frisou que não se trata de uma “transição”. Revelou: “Continua o presidente Bolsonaro, continua o ministro da Saúde, sai um general e chega um médico para poder ir além. Nós estamos somando, não dividindo”. Pazuello informou que nesta quarta-feira, 17, irão para o Rio de Janeiro encaminhar cerca de 5,6 milhões de vacinas fabricadas no Brasil pela Fiocruz. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a dizer que a sua preocupação é com a postura negacionista do presidente da República, que é quem nomeia auxiliares de confiança. “Se Bolsonaro não mudar, nem o Prêmio Nobel de Medicina resolverá a crise que o Brasil enfrenta”, asseverou ele.