A Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim) instituiu a Comissão Nacional de Arte, Cultura e Literatura Poeta Ronaldo Cunha Lima. O lançamento aconteceu durante a “Quinta Criminal”, realizada no último dia 18, data em que o homenageado completaria 85 anos de idade. Organizador do evento, o presidente nacional em exercício da Abracrim, Sheyner Asfora, relembrou a trajetória do político paraibano, que foi governador do Estado, senador, deputado estadual e federal e prefeito de Campina Grande. “O poeta Ronaldo Cunha Lima produziu uma valiosa obra literária e nos deixou um legado político que a todos encanta pela beleza da sua poesia, além de ter sido um destacado jurista como promotor de justiça e advogado. Fez muito pelo Direito e pela Cultura”, revelou Sheyner Asfora.
Presidente da Comissão, a advogada Ezilda Melo ressaltou que o nome do poeta Ronaldo Cunha Lima foi escolhido porque, em vida, além de valorizar os artistas e a cultura, ele representou o diálogo entre o Jurídico e o Artístico. “Em 1955, recém formado, consagrou-se com uma petição-poema intitulada “Habeas Pinho”, onde ele requereu a liberação de um violão. Nessa peça jurídica conciliou, na prática, conhecimentos técnicos jurídicos num formato poético, trazendo inovação e criatividade, qualidades profissionais atemporais, ao requerer a liberação do violão”, destacou. Filho do poeta Ronaldo Cunha Lima, o ex-senador e ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, também participou do encontro e agradeceu à Abracrim e ao presidente nacional da instituição, Sheyner Asfora, pelo tributo, considerando ter sido um grande gesto de sensibilidade e reconhecimento à vida e obra literária do seu honrado pai.
– É nessas ocasiões que fico com a certeza de que poetas não morrem – disse Cássio Cunha Lima, finalizando o seu agradecimento. A Comissão fundada pela entidade terá como defesa a valorização cultural e artística brasileira, reunindo profissionais que valorizam a Arte, a Cultura e a Literatura de todos os Estados do país. Ezilda ressalta que garantir a expressão cultural de seu povo faz parte do exercício do Direito, além de possibilitar a reflexão, ensinamentos e aprendizados, gerando uma sociedade mais igualitária. “Precisamos reconhecer a importância social da arte enquanto modo de conquista de direitos”, avaliou. O evento congregou diversos artistas nordestinos, entre eles Oliveira de Panelas, Jessier Quirino, Onaldo Queiroga, Mirian Monte, Nonato Neto, Niedson Lua, além de advogados criminalistas como Sheyner Asfora, Rafael Vilhena, Kakay e mais tantos outros poetas e criminalistas que se reuniram para falar de Direito e homenagear a arte apontando suas familiaridades com o mundo jurídico.