Nonato Guedes
O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), afirmou que sua denúncia questionando a distribuição de vacinas pela Secretaria de Saúde da Paraíba tem sido reforçada por organismos de credibilidade como o Ministério Público da Paraíba e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (Cosems-PB). Este informou ter chegado à conclusão de que há claros erros na distribuição de imunizantes contra a Covid-19 e que a Secretaria de Estado da Saúde destinou doses excedentes para a prefeitura de João Pessoa, em detrimento dos outros 222 municípios paraibanos. No início desta semana, o prefeito Bruno Cunha Lima queixou-se que tem havido um desequilíbrio no processo de distribuição de vacinas, prejudicando Campina Grande e as demais localidades.
Em suas redes sociais, o gestor formalizou a denúncia de público e pediu providências ao Ministério Público da Paraíba, que se manifestou pela procedência da irregularidade apontada. Bruno Cunha Lima faz oposição ao governo João Azevêdo (Cidadania), enquanto o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP) foi eleito com o apoio do chefe do Executivo estadual. Na Capital paraibana, representantes das duas gestões falam em ambiente de sintonia nas ações para enfrentamento ao coronavírus. A cooperação teria sido intensificada, mais ainda, quando da deflagração do processo de vacinação de pessoas de diferentes grupos e que se encontra bastante acelerado, com ampliação de pontos de atendimento a faixas etárias e sociais. O prefeito Cícero Lucena, ao mesmo tempo, tem se articulado com gestores de cidades da chamada região metropolitana de João Pessoa para o desencadeamento de ações conjuntas de prevenção no atual estágio da calamidade.
O Cosems-PB, em nota, aludindo à discriminação que estaria ocorrendo em relação a alguns municípios da Paraíba, reivindicou a reparação do “equívoco”, com a consequente compensação das doses aos municípios prejudicados. A entidade se manifestou pelo site oficial do Conselho, informando que houve um erro de interpretação por parte da Secretaria Estadual de Saúde em relação à liminar em favor de João Pessoa, que acabou prejudicando os municípios com menor quantidade de doses para vacinação dos idosos. “Ao verificarmos o problema, enviamos um documento à SES solicitando reparação desse equívoco para os municípios que estão sendo penalizados”, explicou a presidente do Conselho, Soraya Galdino.
E completou Bruno Cunha Lima: “Por causa disso, o município de João Pessoa aparece à frente na faixa etária de vacinação, dando à população a impressão de que os demais municípios estão com suas vacinas atrasadas, quando, na verdade, é porque a Capital recebeu mais doses, em detrimento de outros, e conseguiu avançar muito mais”. Dando bases concretas ao que o prefeito Bruno Cunha Lima apontava no início desta semana, o Cosems-PB revela que, em virtude dessa prática, João Pessoa “terminou recebendo, portanto, 100% das doses que seriam destinadas aos idosos, mais um acréscimo de 6%, para imunizar profissionais de saúde. Esses 6%, ao contrário do que determinava a decisão judicial, não foram retirados da quota do município, mas, sim, de todos os demais. Há prejuízo evidente em tal modo de agir”, acentua.