Nonato Guedes
Em comunicado oficial e, também, através de mensagem de vídeo, o arcebispo metropolitano Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz informou que a Arquidiocese da Paraíba, por decisão dele, está retomando nesta segunda-feira, 5 de abril, as suas atividades religiosas com a presença de fiéis. O retorno se dá em conformidade com as novas diretrizes para a retomada segura e controlada das atividades no Estado, anunciadas pelo governador João Azevêdo. Por essas diretrizes, as celebrações litúrgicas e demais atividades religiosas acontecerão com ocupação de 30% da capacidade do local, podendo chegar a 50% da capacidade com a utilização de áreas abertas.
Dom Delson esclareceu que, para tanto, estão sendo observadas as diretrizes pastorais de prevenção no contexto da pandemia da Covid-19, o que significa a obediência aos protocolos recomendados pelas autoridades de Saúde Pública quanto a aglomerações, utilização de máscaras e do álcool em gel. Em artigo que escreveu para o Domingo de Páscoa, veiculado no site da Arquidiocese, Dom Manoel Delson assim refletiu: “A pandemia não tem a palavra definitiva em nossas vidas, mas Cristo e Sua bondade que é eterna e que nos ampara sempre. Não importa o tamanho da nossa dor, Cristo nos consola renovando em nós a vida e a esperança de dias melhores”. Ele admitiu que a esperança humana está abalada diante de muitíssimas perdas e dores familiares, mas ressaltou: “O coração de quem crê aguarda a Boa Nova da Páscoa”.
E mais: “Como pastor desta Igreja Particular da Paraíba, trago especialmente no coração e na minha prece constante a Deus as milhares de pessoas que foram atingidas pelo coronavírus; não são perdas de vidas quantificadas, mas histórias e dramas. Quantos ainda precisam lidar com o desemprego decorrente dessa crise pandêmica! Desejo que, unidos no mesmo Cristo que venceu a morte, possamos sair mais fortes de momentos tão inquietantes. A fé cristã não tem uma espécie de fórmula mágica para superar imediatamente tantos problemas, mas temos e oferecemos o Cristo, o Senhor da vida que nos acompanha nos momentos mais difíceis e nunca nos abandona”. Dom Delson citou o papa Francisco, que, na sua opinião, ao longo dos seus muitos discursos, convida a todos ao destemor.
O arcebispo sublinhou este trecho da palavra do papa Francisco: “Esta epidemia não nos privou apenas dos afetos, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. Em muitos países, não foi possível aceder a eles, mas o Senhor não nos deixou sozinhos. Permanecendo unidos na oração, temos a certeza de que Ele colocou sobre nós a sua mão (cf. Sal 138, 5), repetindo a cada um com veemência: Não tenhas medo!”. Façamos de nossas casas também lugares de profunda oração e encontro com Deus”.