Nonato Guedes
O deputado federal em exercício Leonardo Gadelha (PSC-PB) opinou, hoje, que está havendo muita desinformação diante do projeto aprovado na Câmara, e que teve o seu apoio, possibilitando que a iniciativa privada possa adquirir vacinas contra a Covid-19 para imunizar seus trabalhadores e outros grupos prioritários. Leonardo enfatizou que a aquisição de vacinas por empresas não vai colidir com os entendimentos que já foram pactuados com governos – federal, estaduais e municipais, para aquisição de 300 milhões de doses no Brasil, segundo tem sido noticiado. “Pelo contrário, se houver êxito nas gestões de representantes da iniciativa privada, as vacinas a serem compradas possibilitarão o reforço do Plano Nacional de Imunização, inclusive, com a aceleração da vacinação, que é meta do Poder Público e reivindicação de parcelas da sociedade”, asseverou Gadelha, em declarações ao “Correio Debate”, da 98 FM.
Leonardo Gadelha está na titularidade do mandato na vaga causada pela licença que foi requerida pelo deputado federal Ruy Carneiro, do PSDB. Investido há cerca de dez dias na função, o filho do ex-senador Marcondes Gadelha e ex-presidente nacional do INSS ressaltou que os entendimentos com farmacêuticas de outros países para a importação de vacinas demandam muita habilidade e podem até não corresponder plenamente às expectativas. Para ele, esse fato valoriza a importância da participação da iniciativa privada na aquisição de imunizantes, que deve ser encarada como parte do esforço da própria sociedade para colaborar com o governo no enfrentamento à pandemia de covid-19. Na Paraíba, a Unifacisa, de Campina Grande, administrada por Dalton Gadelha, tio de Leonardo Gadelha, tinha sido autorizada pelo juiz Rolando Spanholo, da Vigésima Primeira Vara Federal do Distrito Federal, a importar vacinas contra a covid-19, junto com outras nove entidades privadas, para imunização de professores, servidores e alunos. Mas a medida teve efeito rápido e o presidente do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), desembargador Ítalo Fioravanti Sabo Mendes, derrubou as liminares do magistrado Rolando.
A liminar inicialmente concedida, inclusive, desobrigava as empresas de doarem vacinas para o Programa Nacional de Imunização, tal como previsto em lei. Fioravanti entendeu que as liminares poderiam causar grave lesão à ordem pública ao permitir a compra das vacinas sem a doação ao sistema público, além de avançar contra determinações fixadas em lei pelo Congresso e sancionadas pelo Executivo. No primeiro momento, diante da decisão favorável, Dalton Gadelha comparou que a entrada da iniciativa privada na campanha de vacinação seria importante por representar um complemento ao trabalho do governo federal, ajudando-o a reduzir os níveis de internação e contágio pela covid-19.
Por outro lado, durante transmissão ao vivo do Grupo de Líderes Empresarial LIDE, a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho da Magazine Luiza, afirmou que não iria comprar vacinas e incentivou doações para questões estruturais a fim de facilitar a campanha do SUS. “O grupo não vai comprar porque não tem vacina para vender”, declarou. A empresária é também integrante do grupo Unidos pela Vacina, que intermedia empresários interessados em doarem recursos e dinheiro a municípios que possuam gargalos na logística e infraestrutura de saúde. A declaração de Luiza acontece logo após a aprovação pelo Congresso do projeto conhecido como fura-fila, permitindo a compra de imunizantes por empresários.