Nonato Guedes, com agências
O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania) participou, ontem, por meio de videoconferência, de reunião do Fórum de Governadores do Brasil com a secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Amina Mohammed, ocasião em que foram apresentados pleitos emergenciais dos governos estaduais no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e a solicitação de ajuda humanitária para o Brasil. Em carta enviada à ONU e à Organização Mundial da Saúde, os gestores reivindicaram ajuda para viabilizar a compra de mais vacinas com o intuito de acelerar o processo de imunização e deter a disseminação do coronavírus, o apoio para a importação das doses oriundas do consórcio global Covax Facility e a mediação de negociações entre o Brasil e a China com o propósito de que seja antecipada a entrega do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) ainda em abril.
Também foi pleiteada a intermediação dos órgãos junto aos Estados Unidos visando à aquisição ou empréstimo condicionado a posterior devolução do imunizante da AstraZeneca para o Brasil, bem como a assistência para a obtenção de insumos hospitalares, a exemplo de oxigênio e medicamentos que compõem o “kit intubação”. Na ocasião, o chefe do Executivo estadual destacou a importância da união de esforços para a superação da pandemia e a necessidade de avançar na imunização. “Saímos da reunião esperançosos de que contaremos com mais esse apoio para vencermos a Covid-19 e os desafios que ela tem imposto a todos nós. Seguiremos com a nossa missão de salvar vidas, defendendo o distanciamento social, o uso de máscaras e a higiene correta das mãos e trabalhando incansavelmente para que as vacinas cheguem para todos o mais rápido possível”, comentou.
A secretária-geral da Organização das Nações Unidas, Amina Mohammed, enalteceu o engajamento dos governadores e a adoção das medidas corretas para evitar a transmissão da doença e se prontificou a ajudar o Brasil nos pleitos encaminhados pelo Fórum. “Nós entendemos a necessidade dos insumos para a produção das vacinas e asseguro o meu compromisso no sentido de reforçar os esforços para o recebimento de insumos e também para os equipamentos médicos. Nós vamos fazer de tudo para ajudar o Brasil no enfrentamento da pandemia”, garantiu. Ontem mesmo, a ONU anunciou a antecipação do envio ao Brasil de R$ 4 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 ainda neste mês de abril por meio do consórcio Covax Facility, co-liderado pela Organização Mundial de Saúde. Ainda há possibilidade de se antecipar o envio de outras 4 milhões de doses via Covax, informou a ONU.
A reunião virtual de dirigentes da ONU e OMS se deu com 22 governadores e 4 vice-governadores do Fórum de Governadores do Brasil. No dia 21 de março, o Brasil recebeu o primeiro lote de 1.022.400 doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford contra Covid-19 por meio do Covax Facility. O programa oferece auxílio especialmente a países em desenvolvimento, permitindo que eles vacinem profissionais de saúde e outros grupos em alto risco, mesmo se seus governos não conseguiram garantir vacinas com os fabricantes. No caso do Brasil, foram adquiridas 42,5 milhões de doses de imunizantes por meio do programa. O país tem atravessado nas últimas semanas o pior momento da pandemia, com elevados registros de mortes e casos de Covid. O país sofre com o colapso nos sistemas de saúde, com falta de leitos de UTI, escassez de medicamentos do chamado kit intubação e a demora na imunização. Gestores regionais reclamam também da falta de coordenação do governo federal para fazer frente a essa situação e começaram a tomar iniciativas entre eles para se reorganizar.