Nonato Guedes
Ao participar na manhã de hoje de uma sessão da comissão do Senado que discute medidas de combate ao coronavírus, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que há dificuldade no fornecimento de vacinas para aplicação da segunda dose da Coronavac, utilizada contra a Covid. “Tem nos causado certa preocupação a segunda dose da Coronavac. Tem sido um pedido de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, há cerca de um mês se liberou as segundas doses para que se aplicassem. E agora, em face do retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose”, declarou o cardiologista paraibano no Senado.
Há cerca de um mês, em 21 de março, o Ministério da Saúde mudou a orientação e autorizou que todas as vacinas armazenadas pelos Estados e municípios para garantir a segunda dose fossem utilizadas imediatamente como primeira dose. Ao participar da sessão da comissão do Senado nesta segunda, o ministro salientou que o governo emitirá uma “nota técnica acerca desse tema”. Em outro trecho da sessão, o ministro da Saúde expressou que o número de óbitos registrados em 2021 mostra a “gravidade” da doença. Ao todo, até o domingo, o Brasil registrou 390.925 mortes por Covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa. Somente em 2021 foram contabilizadas 195.949 mortes pelo coronavírus. O número de 2021 supera os 194.976 óbitos pela doença registrados em 2020.
– O número de óbitos no ano de 2021 hoje supera o número de óbitos que ocorreu no ano de 2020 inteiro, mostrando a gravidade dessa doença e a necessidade da adoção de medidas que sejam eficazes para vencermos essa situação grave na saúde pública nacional – frisou o ministro da Saúde. Aos senadores, Marcelo Queiroga afirmou que ações como a campanha de vacinação representam “esperança de uma solução mais eficaz” para o enfrentamento da pandemia. Ele, então, voltou a defender algumas medidas recomendadas por especialistas como forma de prevenção. “Claro que não é só a vacinação. Eu tenho, desde o primeiro dia que assumi o cargo, reiterado a importância das chamadas medidas “não farmacológicas” como o uso de máscaras, o distanciamento social”, relatou. Desde o início da pandemia, porém, o presidente Jair Bolsonaro age de maneira contrária ao que é orientado por especialistas e entidades. Enquanto a Organização Mundial da Saúde recomenda uso de máscara, higienização das mãos e que se evite aglomerações, Bolsonaro critica as máscaras e participa de aglomerações.