Nonato Guedes
A deputada estadual Camila Toscano, do PSDB, constatou que a pandemia causada pelo coronavírus tem impactado as mulheres em seus mais diversos contextos e realidades, atingindo seus postos de trabalho, suas rotinas, suas responsabilidades domésticas e as relações em seus lares. Ela citou que a ONU Mulheres realizou um levantamento junto ao IBGE e constatou que 8,5 milhões de brasileiras perderam os empregos no terceiro trimestre de 2020, em um período crescente da pandemia. Aproveitando o transcurso do Dia do Trabalho, Camila Toscano frisou que é fundamental observar a realidade das mulheres, que, em muitos casos, são chefes de família.
– É preciso discutir e encontrar uma solução para milhões de mulheres que perderam seus postos de trabalho durante a pandemia causada pelo coronavírus. Precisamos construir soluções para a promoção de geração de igualdade, sem deixar nenhuma mulher para trás. As respostas econômicas à pandemia precisam considerar a realidade de vulnerabilidade dessas mulheres para que possamos desenvolver políticas públicas voltadas a elas que, em muitos casos, são chefes de família e precisam do trabalho para levar comida para casa – destacou a deputada.
Enquete “mulheres, trabalho e pandemia”, realizada pela ONU Mulheres, atestou que 89% das pessoas que participaram conhecem alguma mulher que perdeu o trabalho nessa época e que outras 74% disseram ter que parar de trabalhar para cuidar dos filhos ou algum familiar. A maioria das mulheres que perdeu emprego, trabalhava no mercado formal, um total de 66%. Os resultados comprovam que elas foram afetadas desproporcionalmente pela pandemia em seus empregos, na divisão dos trabalhos domésticos e no cuidado com os filhos. Diante dessa nova realidade, uma das categorias mais afetadas foi a doméstica. Outro levantamento realizado pela ONU Mulheres mostra que 72% dos trabalhadores domésticos, com maioria sendo mulheres, perderam o trabalho ou tiveram redução de horas devido à pandemia causada pelo coronavírus.
A deputada Camila Toscano destaca ainda a questão salarial das mulheres durante o período de pandemia. No Brasil, as mulheres recebem 25% a menos que os homens por hora trabalhada, percentual maior que o registrado na América Latina e Caribe (17%). Os dados são de um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que avaliou a diferença salarial entre os sexos em diferentes setores do mercado de trabalho. Na Paraíba, a deputada promoveu uma ação através da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa para que as empresas implantem ações para reverter essa realidade no Estado. O mesmo foi feito com o poder público. Durante a ação, a parlamentar encaminhou expediente para empresas, entidades representativas e Governo do Estado mostrando essa dura realidade das mulheres e sugerindo ações de equidade salarial, onde os que ocupam o mesmo cargo tenham o mesmo salário, independentemente de gênero.