O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, do PRTB, afirmou, ontem, que não acredita que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) irá querê-lo novamente como candidato a vice, nas eleições previstas para 2022. A declaração foi feita durante entrevista ao portal UOL. “Tudo indica que ele não me quer como vice. Mas também não vou morrer por causa disso”, enfatizou o vice-presidente. Mourão e Bolsonaro têm vivido uma relação distante já há algum tempo. O próprio general já admitiu que ele e Bolsonaro se falam pouco.
Também é comum a ausência de Hamilton Mourão em reuniões no Palácio do Planalto. O presidente, por sua vez, já deu diversas declarações desautorizando o vice. A relação entre os dois chegou a ser comparada à da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com o então vice, Michel Temer (MDB), que afirmou ser um “vice decorativo”. Há quem acredite que Mourão tenta se colocar como alternativa para as próximas eleições. O vice-presidente, entretanto, desmentiu os rumores. “Por enquanto, acompanho o presidente Bolsonaro, porque fui eleito para ser vice-presidente dele até 31 de dezembro do ano que vem”, falou, durante a entrevista. Mourão acrescentou que não sabe ainda se o presidente irá se filiar ao seu partido, o PRTB.
O general apontou que “é muito difícil” a possibilidade do presidente sofrer um processo de impechment. “Acho muito difícil que ocorra o impeachment do presidente Bolsonaro porque ele não cometeu crime de responsabilidade. São questões de interpretações sempre. Não existe uma pressão popular para isso”. Mourão também comentou sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil e, sobre a cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19 e defendido pelo governo brasileiro, o general disse que “nem os médicos se entendem sobre o uso da substância”. Ressaltou o seu caso pessoal. “Eu tive covid, tomei a cloroquina e comigo funcionou. Com outras pessoas não funciona. Por isso ela não é de uma eficácia comprovada, mas tem um certo nível de eficácia”.
O vice-presidente foi otimista ao falar sobre a vacinação no Brasil. De acordo com ele, o país vai encerrar o ano com 160 milhões de pessoas vacinadas, o que corresponderia ao total dos grupos prioritários. “Eu julgo plenamente possível que nós chegaremos ao final do ano com 150, 160 milhões de pessoas vacinadas aqui no Brasil e, consequentemente, atingindo aqueles grupos que são prioritários e que são necessários que sejam vacinados”, prevê.