Um vídeo de governadores do Consórcio Nordeste e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) defendendo uso da hidroxicloroquina de acordo com recomendação médica, ainda no início da pandemia de coronavírus, provocou discussões acaloradas entre senadores membros da CPI da Covid, levando o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM) a suspender os trabalhos. Da mesma forma, provocou reações enfáticas de gestores nordestinos como Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, e Wellington Dias (PT), do Piauí. O vídeo foi exibido pelo senador Marcos Rogério, do DEM-RO.
Em declarações ao site “Congresso em Foco”, Marcos Rogério disse acreditar que requerimentos que convocam os governadores para depor na CPI serão votados na próxima semana. “Vamos votar a convocação de governadores, a não ser que o G7 (grupo de senadores que se declararam independentes ou contra o governo na CPI da Covid), que quer blindar as suspeitas de corrupção, não queira”, enfatizou. A ofensiva de Marcos Rogério detonou também reações imediatas por parte dos governadores e do seu próprio partido, que foi às redes sociais afirmar que “as posições do senador Marcos Rogério na CPI refletem seu pensamento como parlamentar e não como partido”.
O Democratas deixa claro: “Desde o início da pandemia, o compromisso do Democratas com a ciência e a preservação da vida se faz evidente em nossas gestões pelo Brasil”. Através de uma rede social, o governador do Maranhão, Flávio Dino, reagiu: “A respeito de manipulação de vídeo, de abril de 2020, na CPI do Senado, o documento abaixo prova a posição oficial que adotamos em maio de 2020. Jamais carreguei caixa de remédio nem tentei empurrar nas pessoas (ou em emas). Não aceito ser nivelado com irresponsáveis”. Por sua vez, Wellington Dias expressou: “Um vídeo exibido em sessão da CPI da Covid no Senado Federal hoje foi gravado em abril de 2020 e, ao contrário do que foi dito, não está receitando cloroquina, mas afirmando o compromisso do governo do Piauí de manter o abastecimento de medicamentos nas farmácias dos hospitais”. E acrescentou: “Assim, os médicos utilizariam em seus atendimentos de acordo com as necessidades. O critério da ciência para receitar qualquer medicamento sempre foi e será do médico”.