Morreu na madrugada deste sábado (12) aos 80 anos, em Brasília, o ex-vice-presidente da República Marco Maciel. O político pernambucano, que também foi senador e governador do seu Estado, estava internado em um hospital do Distrito Federal em decorrência de complicações do Mal de Alzheimer, que o acometia desde 2014. Maciel deixa a mulher, Anna Maria, e três filhos. Advogado e professor, ele também foi deputado e ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República. Foi vice-presidente da República de 1995 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.
O ex-governador de Pernambuco Gustavo Krause expressou seu pesar com a morte de Marco Maciel. Disse que, para ele, Maciel representou o ser humano menos imperfeito com quem conviveu por cinco décadas. Marco Maciel assumiu a presidência da República 87 vezes – um pouco mais de 10 meses, nos oito anos em que foi vice de Fernando Henrique Cardoso. “Era o vice dos sonhos. Viajava e não tinha a menor preocupação porque Marco era correto. E mais do que correto, minucioso, quase carinhoso. Por exemplo, muitas vezes me trazia algo para ler e marcava em amarelo para poupar o meu tempo. Ele era leal”, afirmou Fernando Henrique em depoimento ao documentário “Marco Maciel – A Política do Diálogo”, realizado pela TV Câmara.
Maciel foi um tradicional quadro de siglas de direita, como Arena, PDS e PFL. A aproximação entre os dois ocorreu quando ambos eram senadores e o apartamento deles ficava próximo em Brasília, o que fazia eles se encontrarem “de vez em quando”, como lembrou Fernando Henrique. Quando começou essa convivência, Marco Maciel já se inclinava abertamente a ajudar o fim do ciclo político que se iniciara em 1964, ressaltou Fernando Henrique Cardoso. Como presidente, FHC foi várias vezes ao encontro anual de deputados católicos que Marco Maciel patrocinava em sua casa. Destacou, no depoimento, também, a colaboração decisiva de Marco Maciel para o andamento das questões legislativas durante seu governo.