O ex-senador pelo Rio Grande do Sul José Paulo Bisol morreu na manhã deste sábado em Porto Alegre, de insuficiência respiratória. Bisol tinha 92 anos de idade e estava internado há duas semanas. Ele foi candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, na primeira eleição direta ao Planalto depois da ditadura militar que perdurou por 21 anos a partir de 1964. Próximo a Mário Covas (PSDB), Bisol foi um dos fundadores da legenda tucana em 1988 mas se filiou ao PSB a pedido de Lula para concorrer como seu vice. “Um grande brasileiro, companheiro e amigo. O melhor parceiro que eu poderia ter tido na emocionante campanha de 1989”, afirmou Lula.
Desembargador aposentado e militante dos direitos humanos, ele foi deputado estadual, secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul e senador, eleito pelo MDB em 1986. O senador foi relator da subcomissão de patrimônio na CPI do Orçamento, quando denunciou e juntou provas de corrupção envolvendo a construtora Odebrecht. Mesmo sem ocupar cargo político, Bisol estava filiado ao PT desde 2000. Em nota, a bancada do partido na Câmara prestou homenagem ao ex-senador: “Bisol é uma referência de intelectual, político e magistrado progressista, humanista e libertário. Sua trajetória pautada pela coragem, sempre em defesa da democracia, disputou uma outra visão de justiça e de segurança pública, fundamentado nos Direitos Humanos”.
Ele também foi escolhido candidato a vice de Lula em 1994, mas foi substituído por Aloízio Mercadante após ser acusado de direcionar emenda orçamentária para um município mineiro quando era senador pelo Rio Grande do Sul. O senador foi absolvido das acusações e ganhou na Justiça indenização de vários veículos de comunicação pelo caso.