Nonato Guedes
Em declarações exclusivas na manhã de hoje, direto de Brasília, o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) revelou que no momento oportuno vai propor às oposições paraibanas um amplo debate ético sobre a “postura do governo João Azevêdo”, explicando que o atual chefe do Executivo deve satisfações à opinião pública sobre supostos vínculos com o governo do antecessor, Ricardo Coutinho (PSB) e lembrando que este, por sua vez, está envolvido na Operação Calvário, que investiga desvios de recursos da Saúde e da Educação no Estado. O próprio atual chefe do executivo, adiantou Cássio Cunha Lima, teve diante de si mandados de busca na Granja Santana e no Palácio da Redenção, em cumprimento a apurações policiais com desdobramentos na esfera da Justiça. Para Cássio, o ‘debate ético’ é fundamental para balizar a apresentação de uma proposta de “nova Paraíba”, baseada no obediência a valores morais e transparentes de gestão pública, “na decência e no respeito ao interesse público”.
Cássio Cunha Lima reafirmou que considera prioritária, no momento, a discussão sobre o combate à pandemia de Covid-19 que assola o país, referindo-se ao esforço conjunto que deve continuar a ser empreendido para “evitar mortes, para salvar vidas, para devolver condições de segurança e tranquilidade mínima à população, diante da grave calamidade que se abateu sobre o mundo”. Para o ex-governador e ex-senador paraibano, o foco no debate das estratégias de prevenção ao coronavírus faz com que a discussão política antecipada a respeito de nomes e alianças para o pleito de 2022 passe a ser encarada em segmentos da sociedade como “um desserviço público”. Mas o líder tucano não é radical no ponto de vista, admitindo que sem prejuízo do mutirão contra a Covid haja conversas em grupos restritos ou por videochamada, como tem sido feito, abordando questões pontuais da vida partidária e política. Ele mesmo não tem fugido a apelos e convites para participar de eventos em sistema remoto, cumprindo protocolos de segurança sanitária, para avançar no encaminhamento de pautas condicionadas ao calendário para as eleições do próximo ano.
Embora reticente ou lacônico sobre projetos políticos pessoais, o ex-governador Cássio Cunha Lima mencionou opções que estão sendo examinadas dentro do partido a que é filiado e de partidos aliados, como o PSD, para a sucessão estadual, a exemplo do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, e do seu filho, deputado federal Pedro Cunha Lima, entre outros nomes que ganham corpo no agrupamento de oposição. O líder tucano adverte que o papel do governador João Azevêdo quanto a ligações com o antecessor Ricardo Coutinho precisa ser definitivamente esclarecido para a opinião pública do Estado. Pessoalmente, Cássio está convencido de que Azevêdo operou como uma espécie de “agente qualificado” do alegado esquema comandado pelo ex-governador Ricardo Coutinho, apontando o fato de que o próprio Ricardo fez questão de permanecer no cargo até o último dia de mandato e empenhar-se de forma decisiva para eleger o sucessor no Executivo paraibano.
O ex-senador do PSDB destacou, ainda, o fato de que na formação do seu secretariado, após investir-se no Palácio da Redenção, João Azevêdo privilegiou a grande maioria de quadros remanescentes da gestão de Ricardo Coutinho. “As exonerações e substituições que aconteceram nesse desenho da equipe de João Azevêdo deveram-se às ações do Gaeco e da Polícia Federal, baseando-se nas investigações que vinham efetuando sobre escândalos de desvios de recursos ou irregularidades administrativas”, assinalou Cássio, de forma enfática. “Para mim, não há como desvencilhar a administração João Azevêdo da administração de Ricardo Coutinho, que tanto mal fez à Paraíba. E esta discussão precisa ser aprofundada e colocada claramente pelos meios políticos, em respeito à opinião pública, para que ela não seja ilaqueada em sua boa-fé nem se mantenha iludida com falsas premissas que tentam lhe vender sobre a realidade histórica do nosso Estado nos últimos anos”, concluiu o ex-senador Cássio Cunha Lima.
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