Reportagem de Igor Gielow na edição desta segunda-feira (26) da Folha de S. Paulo informa que o Partido dos Trabalhadores pretende reforçar a segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra atentados visando às eleições de 2022. O assunto, debatido discretamente, ganhou força com a radicalização crescente de ódio contra o partido e, principalmente, contra Lula, incitado por Jair Bolsonaro junto aos seus seguidores. Lula teria vetado a proposta de intensificar a segurança agora, já na pré-campanha, e dispensado reforço na viagem programada para o Nordeste em agosto.
Na condição de ex-presidente da República, Lula tem direito a escolta de quatro agentes da Polícia Federal e de dois motoristas com carros oficiais. Enquanto isso, em Brasília, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) e seu marido, o médico Daniel França, concederam entrevista coletiva, ontem, para falar sobre a agressão sofrida pela parlamentar em seu apartamento funcional no Distrito Federal. Na última semana, Joice revelou que acordou sobre uma poça de sangue e com várias marcas de violência, que resultaram em cinco ossos da face, um pescoço e uma costela fraturados, dentes quebrados e hematomas pelo corpo. O caso ainda não está esclarecido e ela alega que não se lembra de nada. O caso gerou especulações de que a deputada teria sofrido violência doméstica por parte do marido.
“Eu nunca agredi ninguém, não tenho nenhum motivo para fazer isso. Estou fazendo tudo para poder resolver a situação. Fui à polícia, convoquei imprensa”, afirmou Daniel França, na entrevista. O médico estava no apartamento no dia da agressão, mas dormindo em outro quarto. “Eu ronco muito, por isso durmo em outro quarto, por respeito ao descanso dela. Além disso, tenho sono pesado. Estava dormindo com porta fechada e não ouvi nada. Não tem luta, não tem grito e lesões bem feitas não fazem barulho”, alegou. Por sua vez, Joice havia dito que há dois suspeitos de terem cometido as agressões. Na nova entrevista, revelou que um deles seria parlamentar. “Um grande desafeto político, que tem acesso muito fácil a esse bloco. Se alguém entrou aqui, não é coisa de amador”, declarou.