O empresário paraibano Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do grupo Caoa, morreu na madrugada de hoje, aos 77 anos, em São Paulo, após ter uma piora do quadro clínico de saúde. O chairman do grupo que representa a Caoa Cherry, além da divisão de importados da Hyundai e a Subaru, deixou um legado que teve início na cidade de Campina Grande, na Paraíba, em 1979. Foi quando o então médico resolveu comprar um Ford Landau, mas a concessionária faliu antes da entrega do carro.
Com seu bom faro para negócios desde aquela época, ele resolveu comprar a loja, já descontando o valor do Landau, dando o primeiro passo do que se tornaria um verdadeiro império no mercado brasileiro. Surgia, assim, o Grupo Caoa, nome formado por suas iniciais. Uma reportagem do UOL revela que, em menos de seis anos, Carlos Alberto se tornou o maior revendedor da Ford no Brasil, tanto em número de revendas como em carros vendidos. Sua fama sempre foi a de ser agressivo nos negócios: sempre aceitou diferentes formas de pagamento, dando descontos mesmo que isso significasse perder dinheiro, para concretizar a venda.
Com a abertura das importações em 1990, Caoa começou a procurar uma montadora para trazer ao país. Fechou com a Renault e passou a ser importador oficial da marca a partir de 1992. Trabalhando da mesma maneira arrojada, tornou a francesa a quinta marca mais vendida do mercado brasileiro antes de se desentender com parceiros. Em 1998, o empresário assumiria as operações da Subaru no país, que detém ainda hoje. Mas a marca japonesa nunca chegou a brilhar no Brasil, apesar de seus carros cheios de tecnologia e com bom desempenho. No ano seguinte, 1999, começa a importar os carros da sul-coreana Hyundai, que passou a ser sua menina dos olhos. Caoa transformou a imagem da marca, tendo o SUV Tucson como carro-chefe, por meio de forte investimento em publicidade em diferentes meios de comunicação, tornando-se um dos principais anunciantes do país. Com o negócio crescendo, a Caoa decidiu, então, fazer uma fábrica em Anápolis, no interior de Goiás, em 2017. Foi de lá que saíram modelos como Tucson, ix35, além dos veículos utilitários HR e HD78.
Na década de 190, Carlos Alberto ensaiou incursões políticas, na tentativa de ser candidato a um mandato eletivo pela Paraíba. Apostou na possibilidade, inclusive, de vir a ser suplente dos candidatos do PMDB ao Senado em 1994 – Ronaldo Cunha Lima e Humberto Lucena, que foram vitoriosos. Mas, ao chegar a João Pessoa para deflagrar entendimentos políticos, as vagas já estavam definidas para empresários com atuação e residência direta na Paraíba. Ele acabou ficando desapontado com a entrada na atividade política e dirigiu-se para casa de veraneio na Ilha de Comandatuba. Não deixou, porém, de dar apoio logístico a candidatos de diferentes partidos do Estado. A família, na nota de falecimento, informa que “Dr Carlos estava com a saúde debilitada por conta de um tratamento de saúde e faleceu durante o sono ao lado de sua esposa e filhos. A empresa, de acordo com o plano de sucessão e governança, continua a ser gerida pelos atuis executivos, “que lamentam o falecimento do seu fundador e se solidarizam com a família neste momento”.