O cantor Sérgio Reis, que teve endereços investigados pela Polícia Federal, no cumprimento de mandados de busca e apreensão, sob acusação de incitar a realização de atos antidemocráticos no país, como parte de estratégia de apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro, desabafou em entrevista a uma emissora de televisão de São Paulo: “Querem acabar comigo como se eu fosse um bandido”. O artista, no último sábado, 14, convocou uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os onze ministros do Supremo Tribunal Federal e, ontem, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi alvo de busca e apreensão.
“Eu errei. Quero pedir desculpas, até ao Supremo Tribunal Federal. Eu sou uma pessoa que só pensa bem dos outros. E agora estão querendo acabar comigo como se eu fosse bandido. Eu não sou bandido. Falei bobagem. Pensei que não teria essa repercussão”, afirmou ele ao gravar para o programa “Domingo Espetacular”, da TV Record. Em contato com o jornalista Roberto Cabrini, Sérgio Reis admitiu que estava preparado para uma resposta do STF após a repercussão de sua manifestação e também comentou sobre o motivo do vazamento do áudio. “O áudio vazou porque tem o amigo da onça, conhece? Hoje em dia, ninguém mais está sigiloso. Você fala qualquer coisa, já sai na internet, já sai para lá e vaza, vai para grupos e tudo o mais”, prosseguiu.
Quando as falas de Sérgio Reis viralizaram, a Polícia Civil do Distrito Federal instaurou um inquérito para apurar suposta associação para cometer pelo menos três crimes nas manifestações previstas para setembro: ameaça, dano e expor a perigo outro meio de transporte público. Os mandados de busca foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do objetivo, segundo a Polícia Federal, de apurar se o cantor cometeu o crime de incitar a população a praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições, bem como contra os membros dos Poderes. Além de Sérgio Reis, outro militante bolsonarista foi punido, só que com prisão: o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, que continua com sua liberdade cerceada. Jefferson fez ataques frontais ao Supremo e a seus integrantes, seguindo a linha agressiva que tem sido usada pelo presidente Jair Bolsonaro.