Nonato Guedes
O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (PSB), convocou os colegas de parlamento a se mobilizarem com vistas a cobrar dos três senadores do Estado um posicionamento favorável ao retorno das coligações partidárias, no bojo da reforma eleitoral para a disputa do próximo ano que ainda está sendo formatada no Congresso em meio a propostas e polêmicas. A Câmara dos Deputados aprovou a volta das coligações em dois turnos e, em contrapartida, rejeitou a proposta de adoção do chamado “distritão”. Mas o Senado, através do presidente Rodrigo Pacheco, já sinalizou restrições à volta das coligações. Alguns parlamentares, como o paraibano Veneziano Vital do Rêgo (MDB), chegaram a qualificar a medida como “um retrocesso”.
A senadora Nilda Gondim, também do MDB, mãe de Veneziano, deve seguir o entendimento do filho, e a senadora Daniella Ribeiro (PP) está no aguardo de orientação do partido, cuja bancada na Câmara foi orientada a aprovar a matéria. Mesmo assim, houve defecções entre os “progressistas” e os deputados filiados a outros partidos. Veneziano deixou claro que vai seguir a deliberaççao uniforme que o MDB tomar sobre o assunto, mas frisou que, pessoalmente, rejeita a volta das coligações. Na contramão desse entendimento, o deputado federal Efraim Filho (DEM), pré-candidato ao Senado em 2022, que já tem o apoio declarado de Veneziano, declarou-se favorável às coligações proporcionais, justificando que o sistema atual prejudica Estados como a Paraíba, onde o peso da influência política é, teoricamente, menor.
O presidente da ALPB, Adriano Galdino, citou que três senadores da Bahia – Angelo Coronel (PSD), Otto Alencar (PSD) e Jaques Wagner, do PT, já anteciparam o voto favorável à volta das coligações na disputa proporcional, mesmo com o partido deles fechando questão contrária à referida proposta. A mobilização tem sido intensificada nos bastidores políticos em virtude do calendário – para que a volta das coligações passe a vigorar, a Proposta de Emenda Constitucional precisa ter efetividade legal antes do começo de outubro, um ano antes da realização do pleito. O senador Veneziano Vital do Rêgo lembra que a composição mediante coligação havia sido extinta em 2017 e voltou a ser experimentada em 2020 nas eleições municipais. O seu raciocínio é o de que “não faz sentido acabar com o novo modelo após uma primeira experiência”. Alegou, também, que a ausência das coligações, até então defendida, tinha um propósito: o de consolidar e fortalecer as relações entre os políticos, os eleitores e as instituições partidárias.