Em votação secreta, o plenário do Senado Federal aprovou por 55 votos a 10 e uma abstenção a recondução de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República (PGR). Com isso, o procurador indicado pelo presidente Jair Bolsonaro terá mais dois anos de mandato à frente do Ministério Público Federal. Para ser reconduzido ao cargo, Aras precisava dos votos favoráveis de pelo menos 41 dos 81 senadores. Em 2019, a aprovação de Aras se deu por 68 votos a 10.
Antes de ser aprovado pelo plenário do Senado, ele passou por uma sabatina de seis horas na Comissão de Constituição e Justiça. No colegiado, recebeu 21 votos favoráveis e seis contrários. Entre outras atribuições, cabe ao procurador-geral pedir a abertura de inquéritos para investigar presidente da República, ministros, deputados e senadores. Ele também tem a prerrogativa de apresentar denúncias contra os detentores de foro privilegiado. Aras foi indicado para a PGR pela primeira vez em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, o nome dele não figurou entre os três mais votados pela Associação Nacional dos Procuradores da República.
Em julho deste ano, Bolsonaro indicou Aras para um novo mandato, à frente do Ministério Público Federal. Mais uma vez, a lista tríplice da ANPR foi ignorada pelo presidente – embora isso tenha se tornado uma tradição, ele não tem obrigação de indicar alguém da lista. De acordo com a Constituição, cabe ao Senado sabatinar e votar os indicados para a chefia do Ministério Público. Na sabatina de seis horas, Aras disse aos senadores não ter alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro e fez críticas indiretas a um dos antecessores no cargo, o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Afirmou não criminalizar a política e criticou vazamentos, a força-tarefa da Operação Lava-Jato e a “espetacularização” de inquéritos.