Nonato Guedes
O comandante da Polícia Militar da Paraíba, Euler Chaves, manifestou, em entrevistas, a sua expectativa de que não ocorram graves incidentes em eventuais manifestações de rua que estão sendo convocadas para o Sete de Setembro, Dia da Independência do Brasil, por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Ele salientou que há, realmente, preocupação com a participação de policiais da ativa nas manifestações políticas e lembrou que as Polícias Militares dos Estados e Distrito Federal são subordinadas aos respectivos governadores, tendo por missão prioritária o compromisso com a manutenção da ordem pública. Euler disse que tem feito reuniões com o oficialato e representantes de outras instâncias da corporação, com vistas a persuadir a todos sobre as implicações de infiltração política na PM e o dever sagrado com a preservação da paz social.
Nas últimas semanas, o próprio presidente Jair Bolsonaro tem feito apelos a policiais militares para que se engajem na realização de atos que são considerados “golpistas”, uma vez que os discursos serão de ataque a ministros do Supremo Tribunal Federal e a representantes de outras instituições e Poderes constituídos. Em São Paulo, representantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) se reuniram com o ouvidor das polícias do Estado, Elizeu Soares Lopes, e com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e Defensoria Pública. O intuito da reunião foi discutir medidas a serem adotadas para garantir a segurança dos manifestantes e evitar episódios de violência. No dia 7 de Setembro, além dos bolsonaristas, movimentos sociais sairão às ruas em manifestações contra Jair Bolsonaro e em defesa da democracia, em São Paulo e em outras capitais brasileiras.
O presidente do Condepe, Dimitri Sales, informou à “Revista Fórum” que no encontro em São Paulo o ouvidor das polícias, Elizeu Lopes, garantiu que todos os policiais da ativa que participarem das manifestações serão presos. Antes, o Condepe já havia se reunido com o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo. O Ministério Público já fez uma recomendação às polícias alertando que é crime militar a participação de agentes da ativa em atividades políticas. Também informou que criou uma força-tarefa, com diversas promotorias, para evitar possíveis incidentes nos atos de Sete de Setembro. 157 cidades no Brasil e no exterior já confirmaram atos contra Bolsonaro no dia 7. O Estado do Ceará, que tem histórico de motins, montou uma força-tarefa especial para conter PMs bolsonaristas. A Polícia Federal estaria monitorando extremistas de direita em São Paulo e Brasília.